São Paulo, segunda-feira, 16 de abril de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Petróleo vs. etanol

Nos enunciados da agência americana AP, "cúpula começa com tensões" e "fricção entre Chávez e Lula". Avalia que "a disputa ameaça ofuscar" o encontro pela "união do sul". No título do espanhol "El País", "Petróleo vs. etanol", sobre "a encruzilhada" da reunião.
O britânico "Financial Times" discorda e até ironiza que, "após toda a controvérsia, você poderia esperar que a cúpula fosse palco para um choque-rei [battle-royal] entre o antietanol Chávez e o pró-etanol Lula, mas não será assim". Argumenta com as declarações do primeiro, de que só mira os EUA, e com um artigo do lulista Marco Aurélio Garcia no venezuelano "El Universal", com críticas ao álcool de milho. No mesmo "El Universal", a Venezuela anunciou que mantém o acordo com Cuba para a produção de... etanol.

O FMI DE CHÁVEZ
A cúpula na Venezuela, além de concessões de parte a parte em energia, foi precedida pelo anúncio do ministro Guido Mantega, em Washington, de que o Brasil "quer" fazer parte do Banco do Sul -a "alternativa" de Chávez ao FMI e ao Banco Mundial, segundo a agência Reuters.
A Agência Bolivariana de Notícias, estatal da Venezuela, e a Prensa Latina, de Cuba, destacaram a reação expressa por Chávez, de "muito entusiasmo" com a "boa notícia".

TROMBONE
A revista "Forbes", noticia o "Washington Post", refez as contas e avalia que o mexicano Carlos Slim, da monopolista Telmex e, por aqui, da Net, é o segundo homem mais rico do mundo e está "na sombra de Bill Gates". "El Jefe" já tem US$ 53 bi, contra US$ 56 bi.
Em tempo, o locutor José Paulo de Andrade, da rádio Bandeirantes, anunciou dias atrás que a Net de Slim acaba de levar o prêmio Trombone, de serviço público com mais reclamações dos paulistanos.

GEOPOLÍTICA VERDE

nytimes.com
Capa de Vik Muniz para o "NYT Magazine"


A revista do "New York Times" destacou "O esverdeamento da geopolítica", longo texto do colunista Thomas L. Friedman sobre a onda ambientalista na política americana e mundial. Em vídeo na home do "NYT", dá três explicações para a onda: o 11 de Setembro ("estamos em guerra com gente abastecida por nossas compras de gasolina"), Katrina ("mostrou que os monstros do clima começam a dar as caras") e os 3 bilhões de "novos consumidores globais, de Índia, China, Brasil, Rússia, todos com o sonho americano". A saber, carro, microondas etc. Os Brics, diz, não vão crescer de forma "limpa" instados por países desenvolvidos que cresceram de forma "suja". É preciso dar alternativas limpas "a preço chinês".

boingboing.net
"AD FREE" Gilberto Kassab e seu plano para limpar São Paulo dos cartazes de publicidade foram parar no Boing Boing, "o maior blog", e no "top ten" do site de edição social Digg

O CENÁRIO DO CAOS 2.0

adage.com
Ilustração do apocalipse na "Ad Age"


O colunista Bob Garfield, que avisou do "caos" do marketing digital há exatos dois anos na "Advertising Age", a revista de publicidade, voltou à carga e acaba de prenunciar o "mundo pós-apocalipse da mídia". Um mundo em que "o marketing será conduzido sem maior dependência dos comerciais de 30 segundos, porque ninguém está interessado em vê-los". Para ser preciso, um mundo sem marketing, sem publicidade, com a relação de empresas e seus consumidores se realizando diretamente. Web 2.0, na expressão corrente. Ecoou como vírus em blogs de mídia como o BuzzMachine, com louvores ao pensamento "seminal" de Garfield.

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@ - Nelson de Sá


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