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CONGRESSO
Oposição votou a favor da proposta, primeiro passo para a autonomia do BC
Emenda do BC é aprovada em segundo turno pela Câmara
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem em segundo turno a
PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) 53, primeiro passo
para a instalação de uma futura
autonomia do Banco Central.
Apesar de o projeto ter sido plenamente defendido pelo governo,
quatro partidos da base aliada ao
Planalto, incluindo o PT, fizeram
nas declarações de voto críticas à
possível autonomia do banco.
A PEC altera a redação do artigo
192 da Constituição, permitindo
que o sistema financeiro nacional
seja regulamentado por várias leis
complementares e não apenas
por uma, como vigora hoje.
Apesar de não fazer menção ao
Banco Central, a PEC foi construída pelo governo com o objetivo
de facilitar a apresentação da proposta de autonomia do banco
-que se desvincularia das demais questões do sistema financeiro-, intenção que sofreu forte
resistência dentro da base aliada,
principalmente no PT.
Devido a isso, a tramitação no
Congresso representou o primeiro grande teste do governo no
Congresso, que conseguiu a "vitória" graças ao apoio da oposição.
A votação de ontem ficou em
368 favoráveis à aprovação contra
13 contrários e quatro abstenções.
Eram necessários 308 votos para a
aprovação. Na votação de primeiro turno, ocorrida em 2 de abril, o
texto foi aprovado por 442 votos a
13, com 17 abstenções.
A exemplo do ocorrido em
abril, o governo contou ontem
com o apoio dos partidos da oposição, PSDB e PFL, ajuda fundamental para a aprovação. Somando os votos favoráveis dos partidos da base aliada mais o PMDB,
o PP e as legendas nanicas, o governo teria apenas 279 votos, 29 a
menos que o necessário.
Por já ter tramitado no Senado,
a matéria será promulgada em
sessão solene do Congresso ainda
a ser marcada.
O ponto marcante ficou por
conta da reafirmação de PDT,
PSB, PC do B e de parte do PT de
que, apesar de apoiarem a PEC, se
posicionam desde já contrários à
autonomia do BC. Para assegurar
a aprovação em primeiro turno, o
governo se comprometeu a não
tratar da autonomia neste ano.
O PT apresentou novamente
documento assinado por 37 dos
92 integrantes da bancada em que
eles se posicionam contrários à
autonomia. O abaixo-assinado foi
usado na votação de abril e contém a assinatura do deputado
Nelson Pellegrino (BA), líder do
partido na Casa. "Temos profunda resistência a isso [autonomia
do BC]", disse o deputado Henrique Fontana (RS), do campo majoritário da legenda, base de apoio
ao governo. Os deputados ameaçados de expulsão do PT devido à
oposição que fazem à política econômica federal, Babá (PA) e Luciana Genro (RS), não compareceram à sessão.
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