|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AGENDA PETISTA
Em reunião, presidente pedirá agilidade
Lula reúne ministério para cobrar mais empenho e lançar programa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO PAINEL S.A.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva fará uma reunião ministerial
na próxima segunda a fim de cobrar desempenho da equipe em
dois pontos: 1) tirar as medidas do
papel após quatro meses e meio
de poder, tempo suficiente para
conhecer a máquina; 2) mais empenho para aprovar as reformas
tributária e previdenciária. Na
reunião, Lula também lançará o
programa Primeiro Emprego.
Marcada para às 9h, na Granja
do Torto, Lula pedirá que cada
um ministro faça um relatório-avaliação de sua pasta para que
todos tenham uma visão global
do governo. A Folha apurou que
a idéia do presidente é passar a
cobrar mais duramente ações
concretas. Lula deverá dizer que,
nesses quatro meses e meio, houve tempo suficiente para que os
ministros conhecessem a máquina pública e preparassem seus
planos de vôo. Agora é a hora de
tirar as medidas do papel.
O tema central da reunião será a
apresentação de um trabalho preparado por Guido Mantega (Planejamento) com uma avaliação do desempenho orçamentário de
cada um dos ministérios. O formato da reunião prevê que cada
ministro faça um relato sintético a
fim de que os colegas, ao final da
longa rodada de intervenções,
possam fazer comentários.
A execução orçamentária de
2003, que são os gastos realmente
executados pelo governo federal,
está num patamar próximo a zero. Exemplo: até 11 de abril, a execução média dos investimentos, por exemplo, foi de 0,40% do previsto no Orçamento para este ano.
De acordo com o que a Folha
apurou, o Ministério dos Transportes, por exemplo, que tem cobrado a liberação de mais recursos do governo, deverá ser um
dos principais alvos de cobrança
de Lula. O ministro Anderson
Adauto (Transportes), apesar de
estar pedindo mais recursos, não
gastou o orçamento previsto para
os quatro primeiros meses.
Lula também deve anunciar o
início do descontingenciamento
de recursos para muitos ministérios, já que a arrecadação federal
nos quatro primeiros meses foi
superior à prevista. Os ministérios que cumpriram seus orçamentos serão mais favorecidos.
A reunião é também resposta de
Lula às cobranças de que repete o
governo de Fernando Henrique
Cardoso, que teria priorizado a
gestão macroeconômica em benefício do setor financeiro e desprezado as ações concretas para
estimular os setores produtivos.
Lula está preocupado em buscar
maior crescimento do PIB.
Reclamações
Um capítulo a parte será o do
atendimento dos ministros aos
congressistas. Lula pedirá mais
carinho em audiências com os
congressistas no ano em que as
reformas tributária e previdenciária estão em pauta. Lula deverá dizer que o "arrastão" pró-reformas
não poderá ficar restrito a ele, ao
ministro da Casa Civil e articulador político, José Dirceu, e aos ministros que coordenaram a elaboração das duas propostas: Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Ricardo Berzoini (Previdência).
A Casa Civil tem recebido reclamações dos parlamentares em relação a alguns ministros, que não
estariam marcando audiências na
velocidade desejada pelo governo
para conquistar apoio congressual. As pastas mais procuradas
são as da Saúde, Educação, Minas
e Energia e as da área social.
A reunião poderá servir para
Lula dar a partida para a chamada
"fase dois", a virada na economia
para o crescimento. A senha deverá ser dada com o lançamento
do programa Primeiro Emprego e
o anúncio da primeira versão do
PPA (Plano Plurianual), uma espécie de superorçamento para o
período de 2004 a 2007, que servirá de base para o governo montar
um planejamento de longo prazo.
Uma primeira versão do PPA será
entregue hoje a Lula por Mantega.
Texto Anterior: Presidência: Governo prepara resposta a juízes Próximo Texto: Governo libera R$ 873 mi para Transportes Índice
|