São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004

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Documentos comprovam contas na Suíça

DA REPORTAGEM LOCAL

O envio de documentos bancários da Suíça ao Brasil, em março deste ano, marcou o fim de dois anos e meio de espera por parte dos procuradores e dos promotores que investigam o suposto crime de evasão de divisas atribuído ao ex-prefeito Paulo Maluf (PP).
Os documentos comprovam a abertura de contas em Genebra e colocam o ex-prefeito como o beneficiário dos valores. Entre os papéis enviados, consta um pedido de abertura de conta com uma assinatura similar a de Maluf -ele não confirma ser a dele.
Maluf nega veementemente possuir conta no exterior. Disse que quem encontrar o dinheiro receberá uma procuração para ficar com a quantia.
Segundo os papéis, no entanto, Maluf manteve uma conta no Citibank de Genebra entre 1984 e 1997 (ele foi prefeito entre 1993 e 1996). Depois, os valores foram transferidos para Nova York (EUA) e, em seguida, remetidos para a ilha de Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha.
Em junho de 2001, a Folha publicou que autoridades de Jersey haviam bloqueado pelo menos US$ 200 milhões pertencentes ao ex-prefeito.
Apesar da ajuda da Suíça, Jersey ainda não ajudou o Brasil com documentos bancários. Pelo fato de o ex-prefeito ter mais de 70 anos (tem 72 anos), a lei brasileira prevê a redução pela metade do tempo de prescrição (prazo de extinção do processo) para as ações criminais. Ele só poderá ser acusado se ficar comprovado que movimentou dinheiro no exterior a partir de 1998. Na ação cível que corre contra Maluf não cabe prescrição.


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