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Morre mulher trocada por embaixador na ditadura
Maria Augusta Ribeiro havia sofrido um acidente de carro
Divulgação
![](../images/n1605200901.jpg) |
Guta (6ª da esq. para dir., de pé) e 12 homens do grupo de presos políticos trocados por Elbrick |
DA SUCURSAL DO RIO
Única mulher, cercada por 12
homens, em uma foto célebre
dos anos da ditadura militar
(1964-85), a ouvidora-geral da
Petrobras, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, morreu ontem
no Rio aos 62 anos.
Guta, como era conhecida,
estava em estado grave de saúde desde 25 de abril, quando sofreu acidente de carro em Búzios (RJ). Ela morreu de falência múltipla dos órgãos. Deixa
três filhos. Seu velório será hoje
das 9h às 15h, no cemitério São
João Batista.
Ela foi um dos 15 presos políticos banidos em troca da libertação do embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, sequestrado em setembro de 1969 por duas organizações guerrilheiras. Dois libertados não aparecem na fotografia
feita no aeroporto do Galeão
porque embarcaram depois no
avião, rumo ao México.
Entre os participantes do sequestro estavam o hoje ministro Franklin Martins e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Junto com Guta, saíram 14
homens. O ex-ministro José
Dirceu integrava o grupo.
Estudante de direito, Guta
militava na Dissidência Comunista da Guanabara, que depois
virou Movimento Revolucionário 8 de Outubro. Participou
de ações armadas. Foi presa em
maio de 1969 e torturada. Na
volta do exílio, foi pioneira do
PT. Marcou a vida se dedicando
a ações sociais. Na Petrobras,
ela coordenou o voluntariado.
"Desde menina, ela tem uma
enorme fé no gênero humano",
escreveu o jornalista Elio Gaspari em 2003. "Embora com armas diferentes, continuo fazendo a mesma coisa, lutando
por um Brasil melhor", disse
Guta à "Isto É" em 2005.
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