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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010
Serra utiliza estrutura do Estado após deixar o cargo
Quarenta dias depois de sair do governo, tucano e equipe vão a eventos em carros oficiais
Na quarta-feira, 12 policiais faziam a segurança da casa do pré-candidato; assessorias do PSDB e do governo dizem que não há irregularidades
Eduardo Knapp - 6.abr.10/Folha Imagem
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No início de abril, alguns dias após Serra ter deixado o governo, seguranças e motoristas aguardavam na frente de sua casa, em SP
CATIA SEABRA
BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quarenta dias depois de deixar oficialmente o governo de
São Paulo, o pré-candidato do
PSDB à Presidência, José Serra, tem usado estrutura do Estado em sua pré-campanha,
iniciada formalmente no último dia 10 de abril.
O ex-governador, que transmitiu o cargo para o vice Alberto Goldman em 6 de abril, conta com policiais militares na
sua segurança. Em São Paulo,
ele e seu staff têm ido a eventos
em carros oficiais.
Os agentes - policiais vinculados à Casa Militar - também
acompanham Serra em viagens
pelo Brasil. Os gastos com combustível e celular usados pela
equipe de segurança também
ficam a cargo do governo.
Os profissionais de comunicação contratados para a campanha mantinham, pelo menos
até sexta-feira, os mesmos números de celular de quando
atuavam na assessoria do Palácio dos Bandeirantes.
Amparado em decreto estadual, de março de 2004, o governo afirma, em nota, que não
há ilegalidade no uso da segurança do Estado. O decreto prevê "a prestação de serviços de
atendimento funcional e, complementarmente, de segurança" a ex-governadores durante
todo o mandato do sucessor.
Contudo não estabelece um
limite de policiais a serviço do
ex-governador. Na última
quarta-feira, 12 homens vigiavam a casa de Serra, no Alto de
Pinheiros, na zona oeste da capital. O governo não informou
o número de agentes que acompanham o pré-candidato, alegando "razões de segurança".
Em 2006, quando, sob a vigência do mesmo decreto, também deixou o Palácio dos Bandeirantes para concorrer à Presidência da República, o ex-governador Geraldo Alckmin
contou com o serviço de dois
ajudantes-de-ordem e circulava em sua Parati particular.
Quanto aos celulares usados
pelos profissionais de comunicação, a Secretaria de Comunicação afirma que os jornalistas
podem optar pela manutenção
dos números após o desligamento do governo. Ainda segundo a assessoria, os cofres
públicos são ressarcidos em caso de despesas "residuais ou remanescentes".
De acordo com a assessoria
da campanha tucana, as despesas com comunicação são cobertas pelo PSDB.
Viagens
Embora a campanha só comece oficialmente em julho,
Serra tem viajado pelo país desde o dia 14 de abril, quando desembarcou em Salvador (BA)
-onde deve ocorrer a convenção oficial para formalizar sua
candidatura, em 12 de junho.
Até sexta-feira, já tinha feito
15 viagens, passando por dez
Estados. Nessas visitas, concede entrevistas a rádios e TVs locais, participa de eventos com
empresários e políticos, e interage com os possíveis eleitores.
Suas atividades de pré-campanha são registradas por uma
equipe de filmagem da empresa
GW, do jornalista Luiz Gonzalez, responsável pelo marketing
de sua campanha. A empresa é
paga pelo diretório estadual do
PSDB em São Paulo.
Em visita a Maceió, em 16 de
abril, Serra disse que as filmagens destinavam-se a um "arquivo" e que, se as imagens fossem para a campanha, estaria
usando um microfone de lapela. No entanto, ele tem usado o
acessório em várias ocasiões.
A assessoria da campanha informou que "o objetivo das filmagens é documentação". Não
esclareceu se elas serão usadas
posteriormente em propagandas eleitorais, com a disputa
oficialmente em andamento.
Além de pagar a GW, o PSDB
estadual assumiu gastos como
aluguel de salas e de avião na
atual fase de pré-campanha.
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