DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado federal Ivan Valente (PT-SP) disse ontem em São Paulo que a reforma previdenciária proposta pelo governo "é um verdadeiro saco de maldades contra os servidores".
Valente afirmou que os deputados da esquerda do PT, organizados no chamado "grupo dos 28", "não tem compromisso" com as propostas definidas pelo grupo encarregado pelo partido de formular as emendas coletivas da bancada. Seis propostas, das quais foi excluída a de supressão da contribuição de inativos, foram formuladas para serem apresentadas na terça-feira à bancada por um grupo do qual fez parte o próprio Valente, único representante de esquerda do núcleo.
Os deputados de esquerda, ele disse, procurarão apoio para suas emendas -entre elas a da derrubada da contribuição de inativos- em bancadas de outros partidos. Ele citou o PMDB e o PC do B, mas disse não excluir nem o PFL. "Isso não é um problema de ser de esquerda ou não. O deputado assina para ela ter possibilidade de tramitar, mesmo que seja contra." Uma proposta de emenda precisa recolher 171 assinaturas para poder entrar em votação.
Apresentando o debate sobre reforma da Previdência realizado ontem e organizado, entre outros, por ele e o também deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), Valente disse tratar-se de um evento de "esclarecimento, debate e resistência".
Valente afirmou que, caso sejam instituídos os fundos complementares de aposentadoria, defenderá que seja um fundo único, estatal, de preferência administrado pelo BNDES.
A lógica da reforma, segundo ele, "é a pressa", e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), ao convocar sessões até para o feriado da próxima sexta, o faz apenas para "contar sessões de apresentação de emendas". "[O governo] tem a intenção deliberada de não discutir. Não querem fazer o debate." (RC)


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