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Corregedor diz que vai "extirpar do Judiciário quem não serve'
Na posse do Conselho Nacional de Justiça, ontem, em Brasília, Asfor Rocha afirmou que "não hesitará em mostrar e explicar os deslizes do Poder Judiciário"
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na posse da nova composição do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o corregedor
Cesar Asfor Rocha afirmou que
não hesitará "em mostrar e explicar os deslizes internos do
Poder Judiciário" durante os
próximos dois anos, tempo de
duração de seu mandato e de
seus novos colegas.
Em nome do CNJ, Asfor Rocha prometeu "prevenir esses
deslizes, coibir as atividades
distorcivas e extirpar do judiciário os que não o honram, não
o servem, não o engrandecem,
mas o envergonham, o desmerecem e o desprestigiam".
Logo de início, o corregedor,
que também é ministro do STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
deve comandar uma sindicância que investiga os magistrados citados no inquérito da
Operação Hurricane -que desarticulou um esquema de venda de sentenças para beneficiar
empresários ligados à máfia
dos caça-níqueis.
Serão investigados o também
ministro do STJ Paulo Medina,
os desembargadores José
Eduardo Carreira Alvim e Ricardo Regueira e o juiz Ernesto
Dória, os três últimos presos na
operação da Polícia Federal.
Asfor Rocha preferiu não tratar diretamente do assunto,
mas disse que não deixará de
investigar magistrados que por
ventura cometeram "ilicitudes". "Sabemos que todos esperam do CNJ uma atuação elevada e nobre, não contra os magistrados, que esses merecerão
todo os apoios e aplausos, mas
contra os que , travestidos de
julgadores, encontram no campo da atividade judicial o espaço para desenvolver ilicitudes e
cometer infrações".
A presidente do Supremo
Tribunal Federal e do próprio
CNJ, ministra Ellen Gracie, admitiu em seu discurso na cerimônia de posse, que o conselho
se perdeu, algumas vezes, nos
seus primeiros anos (2005-2007), em casos individuais.
Mas pediu para que a nova
composição do conselho não
repita os erros do passado.
"A composição que hoje se
despede foi insistentemente
demandada a desviar-se, distraindo sua atenção para demandas individuais e de somenos importância, que, todavia,
nas circunstâncias de seu nascedouro, serviram, ainda assim,
para a indispensável formação
de experiência do corpo colegiado", disse.
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