|
Próximo Texto | Índice
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Campanha indenizatória
De janeiro a maio, os 135 deputados federais que
planejam disputar uma cadeira de prefeito usaram
pelo menos R$ 2,5 milhões de sua verba indenizatória
de R$ 8,5 milhões para "divulgar o mandato", "fazer
pesquisas" ou "contratar consultorias". São rubricas
nas quais a Câmara reembolsa o parlamentar mediante nota fiscal, mas que, especialmente em tempos
de campanha, podem embutir outras destinações.
Nesse tipo de gasto, a Câmara arcou em média com
R$ 18,9 mil para cada pré-candidato. Cada deputado
tem direito a R$ 15 mil mensais. O restante da verba
foi usado para custear despesas dos escritórios políticos nos Estados ou bancar gasolina e locomoção.
Dobrada. O folder distribuído aos convencionais do
DEM-SP, anteontem, trazia
fotos de José Serra e Gilberto
Kassab acompanhadas do slogan: "Parceria aprovada".
Discreto. O secretário de
Coordenação das Subprefeituras de São Paulo, Andrea
Matarazzo, foi até a casa de
Kassab no sábado, dia do
anúncio da candidatura, mas
não integrou a comitiva que
levou o prefeito até a Assembléia Legislativa, onde foi realizada a convenção do DEM.
Marrento. O PC do B reclama do PT, mas também dá
trabalho para fazer alianças.
Mesmo depois de anunciado
o apoio dos petistas a Renildo
Calheiros em Olinda, o partido insiste na candidatura do
vice-prefeito Luciano Siqueira em Recife, a despeito da
ampla coligação fechada em
torno de João da Costa.
Fratura. Luciano Castro, líder do governista PR na Câmara Federal, disputará a
Prefeitura de Boa Vista (RR)
amparado por uma aliança
com os oposicionistas PSDB e
DEM. Do outro lado, o prefeito Iradilson Sampaio (PTB)
terá o apoio do líder do governo no Senado, o peemedebista Romero Jucá.
A casa 1. A turbulência política no Rio Grande do Sul
ameaça ressuscitar o caso da
casa comprada por Yeda Crusius logo depois da eleição de
2006. O valor do imóvel (R$
750 mil à época) é superior ao
total do patrimônio declarado
pela governadora à Justiça
Eleitoral (R$ 674,4 mil).
A casa 2. Outras questões
a pairar sobre o negócio: o ex-proprietário responde a 56
processos judiciais, e um dos
apartamentos que Yeda declarou ter vendido para comprar o imóvel estava indisponível devido a penhora.
Sem apetite. Em privado,
senadores do DEM apontam
o dedo para colegas tucanos
que estariam muito bem
atendidos por obras do PAC
em seus redutos eleitorais, daí
a indisposição para investigar.
O presidente do PSDB, Sérgio
Guerra (PE), é um dos que
não querem CPI para apurar
as denúncias de Denise Abreu
sobre a venda da Varig.
Sem palavras. Embora
tarimbado na matéria, o presidente do PMDB, Michel Temer, tem se esquivado da polêmica sobre a constitucionalidade da criação da CSS por
meio de lei complementar.
"Toda vez que alguém pergunta ele fica vermelho, mas
não diz nada", diz um colega.
Delongas. Se na votação da
CPMF coube à oposição, capitaneada pela relatora Kátia
Abreu (DEM-TO), usar todas
as armas para protelar a votação no Senado, agora é o governo que vai empurrar com a
barriga. O líder Romero Jucá
(RR) acha "imprescindível"
convocar o ministro José Gomes Temporão para uma audiência pública sobre o financiamento da saúde.
Espaço a ocupar. Associações de magistrados estaduais defendem uma emenda
constitucional para ampliar
sua representação no Conselho Nacional de Justiça. Antes
da reforma do Judiciário, a
idéia de criação do CNJ era
duramente criticada pelos tribunais em vários Estados.
Tiroteio
"O governo continua dizendo que a Amazônia é
nossa, mas quem está definindo o avanço sobre
a floresta é o mercado internacional de
commodities".
Do deputado FERNANDO GABEIRA (PV-RJ) sobre
a revelação de que a Amazônia Legal já responde por
quase 40% da produção de carne e soja do país.
Contraponto
Livre para protestar
Garibaldi Alves (PMDB-RN) discursava, na terça-feira
passada, na abertura de evento no Congresso Nacional
para marcar os 20 anos da Constituição. Autoridades dos
três Poderes estavam presentes, e o presidente do Senado
decidiu retomar a cruzada contra a excessiva edição de
medidas provisórias pelo Executivo.
A dada altura de seu duro discurso, Garibaldi resolveu
comentar a presença do vice-presidente da República, que
estava ali representando Lula. Diante dos olhares tensos
da platéia, suspirou aliviado:
-Ufa! Ainda bem que veio o Zé Alencar! Assim vou tomar uma bronca mais leve...
Próximo Texto: Governo subestima número de invasões, mostra estudo Índice
|