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Aécio vê "erro" e teme texto "brando"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), apontou um
"erro de procedimento" do governo, ao fazer concessões sem
consultar os governadores, e disse
que a reforma da Previdência não
pode ser "branda demais".
Aécio informou que "o próprio
presidente ficou incomodado
com esse descuido do procedimento nos últimos dias".
"Se nós ficarmos permanentemente à mercê de pressões, estaremos perdendo uma oportunidade histórica de dar ao Brasil
uma Previdência estável", disse.
"Nós não podemos permitir
que a essência da reforma da Previdência venha a se perder",
acrescentou o governador.
Segundo Aécio, a reunião de
ontem com o governo federal deveria ter ocorrido há uma semana. "O governo federal deveria ter
consultado antes os seus parceiros na negociação. Estamos recebendo agora, pela primeira vez, as
propostas que antes eram apenas
notícias de entendimentos que
não nos incluíam."
O governador afirmou que a
reunião foi produtiva porque restabeleceu o clima de confiança entre os governadores e o governo
federal, o que considera importante, já que a tramitação da
emenda ainda está no início. "Lá
em Minas a gente aprende que
concessão não se faz na largada."
Aécio ressaltou que, na reunião,
buscou-se restituir a parceria.
"Temos que buscar fazer as concessões juntos, no limite do suportável para todos."
Atrito
Durante a entrevista coletiva
que os participantes da reunião
concederam para anunciar o resultado do encontro, um atrito
entre os governadores do Rio
Grande do Norte, Wilma de Faria
(PSB), e de Goiás, Marconi Perillo
(PSDB), demonstrou que há divergências entre os próprios governadores.
Wilma disse que as propostas
do governo não feriam a essência
da reforma da Previdência, ao que
Perillo emendou: "Essa é a opinião pessoal da governadora".
Apesar de estar afinado com o
presidente Lula, o governador do
Amazonas, Eduardo Braga (PPS),
demonstrou preocupação com as
mudanças na proposta após o recuo do Planalto, semana passada.
"Conceder benefícios fiscais
sem ter receita para fazer frente a
esses benefícios é fazer com que
os direitos adquiridos virem direitos fictícios", disse. O amazonense negou que os governadores
tenham pedido benefícios na reforma tributária em troca do
apoio ao recuo na Previdência.
"Nós não discutimos a reforma
tributária, não havia interlocutor
para discutir a tributária. Além
disso, não se pode confundir receita tributária com receita previdenciária. As história prova para
nós que o crescimento dos benefícios previdenciários é geométrico, enquanto o crescimento da receita tributária é aritmético."
(WILSON SILVEIRA E JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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