São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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CASO MAUÁ

PT teria coagido Peralta

Justiça quebra sigilo fiscal de empresário

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

O juiz da 6ª Vara Criminal de Mauá (Grande SP), Dirceu Brizola Geraldini, determinou ontem a quebra do sigilo bancário e fiscal de empresário Armando Jorge Peralta que, em 2000, teria sido coagido pela então administração petista da cidade a financiar campanhas eleitorais do PT.
Empresário e partido negam qualquer negociação de propina.
A acusação, segundo reportagem da Folha de 26 de junho, partiu do atual secretário da Habitação de Mauá, Altivo Ovando Júnior. Em fevereiro deste ano, ele declarou ao Ministério Público ter presenciado negociações, recolhido propina e repassado o valor a dirigentes petistas.
À época do fato narrado, Altivo era secretário da Habitação do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT).
A quebra do sigilo judicial decretado ontem estende-se para duas empresas que eram administradas por Peralta: Peralta Investimento e Brasterra Empreendimentos. À época, o grupo tinha interesse na construção de um shopping em Mauá -irmãos do empresário assumiram o grupo.
Será devassado também o sigilo de uma terceira empresa, a Flash Comunicação, com a qual o PT declara ter uma dívida de R$ 300 mil contraída durante a campanha de Marta Suplicy para o governo de São Paulo em 1998.
Segundo Altivo, a Flash, a pedido do PT, emitiu nota fria para que Peralta justificasse a saída de dinheiro da empresa. Altivo disse que a propina negociada foi de R$ 1,8 milhão, dividida em parcelas mensais de R$ 300 mil.
Além da campanha de Marta para a Prefeitura de São Paulo, o suposto dinheiro da propina, diz Altivo, deveria financiar também a reeleição de Oswaldo Dias.
Os petistas negam as acusações e dizem que Altivo é inimigo político do PT na cidade. A Flash confirma ter prestado serviços ao PT, mas nega ter emitido nota fria. Os Peralta dizem que não houve cobrança ou pagamento de propina.


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