São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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TSE quer fiscais nas empresas para inibir caixa 2

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Velloso, quer convocar fiscais do Tribunal de Contas da União e da Receita Federal para realizar, nas próximas eleições, auditorias "in loco" nas sedes dos partidos e nas empresas doadoras, para tentar reduzir o uso de notas frias e caixa dois.
"É preciso endurecer", diz. "Eu penso que isso vai amedrontar as empresas e fará com que muitos empresários retraiam as doações ilegais", diz. Velloso amadureceu a idéia depois do depoimento do publicitário Duda Mendonça, que admitiu a existência de caixa dois nas campanhas do PT. Velloso diz que Duda pareceu "sincero", mas não quis comentar o pronunciamento de Lula, na sexta-feira.
A idéia das auditorias "in loco" foi anunciada ontem, antes de palestra que proferiu sobre reforma política na 15ª Semana Jurídica, na Unip, em São Paulo.
Essas auditorias nas prestações de contas mais suspeitas, não exigem mudanças na lei. "Estou sugerindo convênios com as receitas federal, estadual e municipal, pois elas é que são capazes de dizer se as notas são frias", diz.
A criação de incentivos fiscais para estimular a contribuição legítima requer a aprovação pelo Legislativo.
Outras propostas, como a redução do tempo de campanha, para barateá-las, serão apreciadas por uma comissão criada para atualizar a legislação referente aos crimes eleitorais. A idéia é aumentar as penas para crimes eleitorais.

Entalado
O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Edson Vidigal, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parecia "entalado" ao se pronunciar à nação na última sexta-feira. Disse ter faltado "convicção" ao discurso: "Parece que a nação está querendo ouvir mais".
Vidigal, que descartou o impeachment de Lula, viu na fala do presidente um descompasso entre gestos e palavras: "O gestual não correspondeu ao texto. Daí, pressentir-se que ele tinha mais coisa a dizer, que algo não foi dito. Ele estava meio entalado", disse.


Colaborou FLÁVIA MARREIRO, da reportagem local


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