São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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RONDÔNIA

Parlamentares teriam pedido propina para o governador, segundo fita

Relator pede cassação de 6 deputados

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

O relator da Comissão Especial Temporária da Assembléia Legislativa de Rondônia, Edézio Martelli (afastado do PT), apresentou ontem um relatório no qual pede a cassação de seis deputados por quebra de decoro parlamentar.
O deputado Emílio Paulista (sem partido) renunciou ao mandato na manhã de ontem, antes da divulgação do relatório, e ficou de fora da lista apresentada.
A comissão sugeriu a cassação dos deputados Ronilton Capixaba (PL), Ellen Ruth (PP), Daniel Neri (PMDB), João da Muleta (PMDB), Amarildo de Almeida (afastado do PDT) e Kaká Mendonça (PTB).
Os seis parlamentares, além de Paulista, já tinham sido afastados temporariamente da Assembléia Legislativa depois da divulgação de fitas de vídeo nas quais o grupo aparecia em conversas com o governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), supostamente negociando o pagamento de propinas em troca de apoio político a seus projetos no Legislativo.
O relatório da comissão será agora encaminhado ao presidente da Assembléia Legislativa, Carlão de Oliveira (sem partido), que deve determinar a instauração de uma comissão para iniciar o processo de cassação dos seis deputados. Após a criação da comissão, os seis acusados de quebra de decoro terão um prazo de 60 dias para apresentar suas defesas.

Apreensão
A divulgação das conversas de Cassol com parlamentares da Assembléia, em maio, instaurou uma crise política no Estado.
No mês de junho, a Polícia Federal cumpriu mandado judicial de busca e apreensão na casa do governador e apreendeu fitas de vídeo e materiais usados para filmar as conversas entre os parlamentares e o governador.
Ainda no mês de junho, o site Rondônia Agora e a TV Bandeirantes divulgaram uma reportagem com imagens do governador aparentemente oferecendo dinheiro a um deputado em troca de apoio político.
Cassol é investigado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) sob a acusação de ter praticado fraudes em licitações quando era prefeito do município de Rolim de Moura. O governador de Rondônia, que na época da divulgação das primeiras fitas era membro do PSDB, pediu o desligamento do partido para evitar uma possível expulsão da Executiva Nacional tucana.


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