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Líder do MST defende invasões contra 'impunidade dos fazendeiros'
Para Rainha, sem-terra têm
raiva da UDR e do governo
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina
O líder do MST José Rainha Jr.
disse ontem em Londrina (PR)
que os sem-terra do Pontal do
Paranapanema (SP) estão com
"raiva" da UDR (União Democrática Ruralista) e do governo
federal.
Ao comentar o anúncio da retomada das invasões de terra na
região do Pontal, ele disse que
"não seria pelego de ter uma
postura de reprimir os trabalhadores". Segundo ele, a "companheirada está enfezada". Essa irritação seria contra a "impunidade dos fazendeiros da UDR".
"Eles balearam companheiros, possuem armas e não são
processados", disse. Rainha responsabiliza também os governos federal e estadual, que não
cumprem promessas feitas para
assentar sem-terra.
"O governo promete crédito
para a fecularia e diz que vai solucionar a questão agrária, mas
nada faz. Assim fica difícil as
ocupações não acontecerem",
disse o líder do MST.
Segundo ele, o acirramento
dos ânimos no Pontal do Paranapanema poderá produzir
"uma nova Eldorado do Carajás". Em abril de 96, confronto
entre PMs do Pará e sem-terra
resultou na morte de 19 trabalhadores em Eldorado do Carajás, no sudoeste do Estado.
O MST tem programada uma
assembléia para as 10h de amanhã em frente à fazenda São Domingos, em Sandovalina (SP).
Segundo Rainha, existem 14 mil
famílias cadastradas no Pontal e
a assembléia deste domingo
"deverá reunir muita gente".
Colaborou a Agência Folha, em São José do
Rio Preto
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