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FUNCIONALISMO
Pesquisa da Organização Internacional do Trabalho mostra país em 58º lugar entre 64 nações analisadas
Brasil tem poucos servidores, diz estudo
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O Estado brasileiro, ao contrário do que pensa o senso comum,
emprega pouco, em comparação
a outros países do mundo. Estudo
da OIT (Organização Internacional do Trabalho), resumido na última edição do boletim da Área de
Assuntos Fiscais do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), mostra o setor público do Brasil em 58º lugar
entre os que mais empregam, em
pesquisa feita com 64 países.
Os dados são dos anos 90, a
maior parte do período entre 1995
e 1997. O Brasil, com dados de
1996, aparece com 11,5% da força
de trabalho total (formal e informal) empregada em órgãos e empresas do Estado. No topo do ranking está a Croácia, com 96,1%, só
que com dados de 1990, quando o
país ainda era uma das seis repúblicas que compunham a Iugoslávia, sob regime socialista.
Mas dados tão ou mais atuais
que os brasileiros mostram que o
setor público em países como a
Suécia (37,9% do total), Alemanha (19,2%), Reino Unido
(18,9%), Espanha (17,7%), México (16,4%) e Estados Unidos
(16%) é maior que no Brasil.
Entre os países ricos que fizeram parte da pesquisa, apenas o
Japão (7,7%) está entre os seis que
têm proporcionalmente menos
empregados públicos que o Brasil. Entre os países latino-americanos que responderam ao questionário da OIT, a Colômbia
(8,4%) aparece com o setor público menor que o do Brasil (59º lugar), mas os dados colombianos
são referentes apenas às sete
maiores cidades do país.
"O Estado brasileiro, em termos
de pessoal, é um dos menores, o
que não significa que haja espaço
para sair contratando aos quatro
ventos. Mas há espaço para aumentar o emprego com o objetivo
de melhorar a eficiência da gestão
do Estado, especialmente em setores como saúde e educação",
afirma Sheila Najberg, da Área de
Assuntos Fiscais do BNDES.
Segundo a economista, co-autora do boletim sobre emprego
público no Brasil produzido pelo
banco estatal, o percentual de empregados públicos que havia em
1996 se reduziu nos últimos anos,
influenciado pela privatização de
empresas estatais e pelo crescimento do emprego informal.
No boletim, os técnicos do
BNDES calculam que em 2000 o
setor público brasileiro empregava 10% da força de trabalho. De
acordo com Sheila, não foi possível medir com precisão a diferença em relação a 96 pois não conseguiram reunir os mesmos dados
constantes da pesquisa da OIT.
Se for considerado apenas o setor formal da economia, o setor
público brasileiro representava
23,2% da força de trabalho do país
em 2000, segundo cálculo dos técnicos do BNDES e da Cepal.
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