São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 2002

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FUNCIONALISMO

Pesquisa da Organização Internacional do Trabalho mostra país em 58º lugar entre 64 nações analisadas

Brasil tem poucos servidores, diz estudo

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O Estado brasileiro, ao contrário do que pensa o senso comum, emprega pouco, em comparação a outros países do mundo. Estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho), resumido na última edição do boletim da Área de Assuntos Fiscais do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mostra o setor público do Brasil em 58º lugar entre os que mais empregam, em pesquisa feita com 64 países.
Os dados são dos anos 90, a maior parte do período entre 1995 e 1997. O Brasil, com dados de 1996, aparece com 11,5% da força de trabalho total (formal e informal) empregada em órgãos e empresas do Estado. No topo do ranking está a Croácia, com 96,1%, só que com dados de 1990, quando o país ainda era uma das seis repúblicas que compunham a Iugoslávia, sob regime socialista.
Mas dados tão ou mais atuais que os brasileiros mostram que o setor público em países como a Suécia (37,9% do total), Alemanha (19,2%), Reino Unido (18,9%), Espanha (17,7%), México (16,4%) e Estados Unidos (16%) é maior que no Brasil.
Entre os países ricos que fizeram parte da pesquisa, apenas o Japão (7,7%) está entre os seis que têm proporcionalmente menos empregados públicos que o Brasil. Entre os países latino-americanos que responderam ao questionário da OIT, a Colômbia (8,4%) aparece com o setor público menor que o do Brasil (59º lugar), mas os dados colombianos são referentes apenas às sete maiores cidades do país.
"O Estado brasileiro, em termos de pessoal, é um dos menores, o que não significa que haja espaço para sair contratando aos quatro ventos. Mas há espaço para aumentar o emprego com o objetivo de melhorar a eficiência da gestão do Estado, especialmente em setores como saúde e educação", afirma Sheila Najberg, da Área de Assuntos Fiscais do BNDES.
Segundo a economista, co-autora do boletim sobre emprego público no Brasil produzido pelo banco estatal, o percentual de empregados públicos que havia em 1996 se reduziu nos últimos anos, influenciado pela privatização de empresas estatais e pelo crescimento do emprego informal.
No boletim, os técnicos do BNDES calculam que em 2000 o setor público brasileiro empregava 10% da força de trabalho. De acordo com Sheila, não foi possível medir com precisão a diferença em relação a 96 pois não conseguiram reunir os mesmos dados constantes da pesquisa da OIT.
Se for considerado apenas o setor formal da economia, o setor público brasileiro representava 23,2% da força de trabalho do país em 2000, segundo cálculo dos técnicos do BNDES e da Cepal.


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