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Em São Paulo, protesto contra absolvição de Renan reúne 200
Senado vive impasse; grande teste será aprovação da prorrogação da CPMF
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
FERNANDA KRAKOVICS
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Movimento Grande Vaia,
que se define como "oposição
ao governo Lula e ao PT" e contra "corrupção, desmandos, incompetência, populismo e nepotismo", organizou ontem em
São Paulo ato contra a absolvição de Renan Calheiros.
Durante o protesto, que segundo a PM reuniu cerca de
200 pessoas na av. Paulista, foram recolhidas assinaturas pelo fim do voto secreto no Senado. "Tem que ser aberto. Votei no [Aloizio] Mercadante e fiquei decepcionado com o voto
dele", disse o operador de telemarketing Jorge Moraes, 25.
Quando o sinal fechava, os
manifestantes iam para a rua
com faixas como "Fora, Renan"
ou "Eu tenho vergonha do Senado". Célia Rangel, 82, segurava o cartaz "Ali Babá Mor e os
40 ladrões". O "apitaço" foi
acompanhando pelas buzinas.
"O governo está jogando pobre contra rico, nosso protesto
é legítimo", criticou o publicitário Marcus Meyer. No carro de
som, um dos organizadores puxou o "Fora, Lula" e "Fora, Renan", completando: "Renan
Calhorda que fez um filho dentro do gabinete do Senado".
O Senado vive um impasse.
Depois da absolvição, Renan
resiste a se afastar da presidência. A oposição ameaça fazer
uma "obstrução seletiva" das
votações e pede o afastamento
de Renan. Governistas não
conseguem encerrar a crise. O
grande teste na Casa será a
prorrogação da CPMF.
Aliados de Renan acusam a
oposição de ser antidemocrática, já que a maioria o absolveu.
"O Democratas não tem nada
de democrata. O partido está
acabado e quer levar o PSDB
para o buraco", disse Wellington Salgado (PMDB-MG).
O líder do DEM, José Agripino (RN), disse estar preocupado com a imagem do Senado.
"Essas pessoas não estão andando nas ruas, não estão percebendo a indignação."
O Planalto, que operou para
absolver Renan, preferia que
ele se licenciasse do cargo, que
seria assumido temporariamente pelo vice-presidente
Tião Viana (PT-AC). Renan não
aceita. "Cresce o ressentimento na Casa", afirmou Viana.
"Sem-mídia"
Ainda ontem, cerca de 90
manifestantes, segundo a PM,
participaram de ato batizado de
"Movimento dos Sem-Mídia",
em frente ao prédio da Folha.
Um manifesto -endossado
por cerca de 190 pessoas, segundo os organizadores- foi
protocolado na portaria do jornal. O ato durou quase duas horas. "A mídia ataca o governo
federal em benefício de seus
opositores", discursou o gerente de vendas Eduardo Guimarães, organizador do protesto.
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