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CONTAS PÚBLICAS
Presidente do Supremo diz que, "em tese", contribuição poderá ser cobrada se Constituição mudar
STF aceita taxação de inativo via emenda
da Sucursal de Brasília
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Carlos Velloso, afirmou ontem que,
se a Constituição for alterada,
"em tese" poderá ser cobrada a
contribuição previdenciária de
servidores inativos.
Velloso fez a afirmação quando
comentava a possibilidade de o
governo enviar ao Congresso um
projeto de emenda constitucional
para permitir a contribuição sobre aposentadoria e a desvinculação entre os ganhos salariais de
servidores da ativa em relação aos
inativos.
Há duas semanas, o STF considerou inconstitucional a contribuição previdenciária dos servidores inativos e o aumento dos
descontos para os ativos.
Velloso fez questão de dizer que
falava "em tese" porque os ministros não podem dar declarações
conclusivas sobre a constitucionalidade de determinados temas,
pois isso poderia invalidar um futuro julgamento.
Ainda assim, a declaração do
presidente do STF é um sinal forte
de que o tribunal não deverá inviabilizar uma nova tentativa de
cobrança, desde que o governo
tome o caminho da mudança
constitucional.
Segundo o ministro, o assunto
tem de ser discutido. "Não pode
atingir as cláusulas pétreas de direitos e garantias individuais", declarou Velloso, em entrevista.
Ele próprio esclareceu, porém,
que nenhum ministro alegou violação de direitos adquiridos no último julgamento da questão.
O ministro esteve ontem no coquetel que o presidente da Argentina, Carlos Menem, ofereceu ao
presidente Fernando Henrique
Cardoso, na Embaixada da Argentina no Brasil.
Velloso defendeu a criação, no
Brasil, de uma corte para verificar
a constitucionalidade dos projetos enviados pelo governo ao
Congresso.
O ministro disse que essa corte
constitucional evitaria confrontos. Ele é contra consultas preliminares ao STF.
Sobre teto de remuneração para
servidores aposentados, Velloso
disse que "é verdade" que a Constituição não permite reduzir salários, mas afirmou que não iria se
manifestar.
Sobre as reformas, Velloso
aconselhou que o governo siga o
exemplo de Charles de Gaulle
(presidente da França por duas
vezes nas décadas de 50 e 60), que
priorizou a restauração das instituições políticas como base para o
desenvolvimento econômico.
"Penso que o Brasil deve optar
por esse caminho. É muito mais
importante a reforma política do
que a econômica", declarou o
presidente do STF.
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