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MEMÓRIA
Senador diz que órgão pode ir para estudos
Coração do filho de
ACM é conservado
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
afirmou ontem que o coração de
seu filho Luís Eduardo Magalhães, morto dia 21 de abril deste
ano após sofrer infarto, foi retirado do corpo pelo médico patologista Hélcio Luiz Miziara sem o
consentimento da família.
O coração está sendo guardado
pelo patologista no Hospital de
Base de Brasília, conservado em
formol. ACM disse que ainda
não sabe o que fará com o órgão.
O mais provável, segundo ele, é
que o coração seja encaminhado
ao Incor (Instituto do Coração)
de São Paulo para estudos.
O senador resolveu falar sobre
o assunto depois que o "Correio
Braziliense" publicou reportagem segundo a qual o coração do
filho seria exposto ao público.
ACM confirmou que amigos
de Luís Eduardo defendem que o
coração seja exposto em um monumento em construção em Salvador. O cardeal arcebispo do
Rio de Janeiro, d. Eugênio Salles,
consultado por ACM, teria
orientado que o órgão fosse enterrado onde está o corpo.
O senador disse que ficou sabendo que o filho havia sido enterrado sem o coração oito dias
após a morte. "Custei a acreditar", disse. Cerca de um mês depois, o próprio legista foi levado
à residência do senador.
"Eu disse que ele (o legista)
era criminoso, passível de pena
por ter feito isso sem o consentimento da família. Mas não quis
aumentar minha dor com um
processo", afirmou ACM.
Segundo o senador, Miziara teria dito que retirou o coração
durante a autópsia para ter uma
salvaguarda de que não houve
erro médico, se houvesse qualquer suspeita no futuro. O médico Miziara não foi localizado ontem pela Folha.
(LUCAS FIGUEIREDO)
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