São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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MEMÓRIA
Senador diz que órgão pode ir para estudos
Coração do filho de ACM é conservado

da Sucursal de Brasília

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou ontem que o coração de seu filho Luís Eduardo Magalhães, morto dia 21 de abril deste ano após sofrer infarto, foi retirado do corpo pelo médico patologista Hélcio Luiz Miziara sem o consentimento da família.
O coração está sendo guardado pelo patologista no Hospital de Base de Brasília, conservado em formol. ACM disse que ainda não sabe o que fará com o órgão. O mais provável, segundo ele, é que o coração seja encaminhado ao Incor (Instituto do Coração) de São Paulo para estudos.
O senador resolveu falar sobre o assunto depois que o "Correio Braziliense" publicou reportagem segundo a qual o coração do filho seria exposto ao público.
ACM confirmou que amigos de Luís Eduardo defendem que o coração seja exposto em um monumento em construção em Salvador. O cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, d. Eugênio Salles, consultado por ACM, teria orientado que o órgão fosse enterrado onde está o corpo.
O senador disse que ficou sabendo que o filho havia sido enterrado sem o coração oito dias após a morte. "Custei a acreditar", disse. Cerca de um mês depois, o próprio legista foi levado à residência do senador.
"Eu disse que ele (o legista) era criminoso, passível de pena por ter feito isso sem o consentimento da família. Mas não quis aumentar minha dor com um processo", afirmou ACM.
Segundo o senador, Miziara teria dito que retirou o coração durante a autópsia para ter uma salvaguarda de que não houve erro médico, se houvesse qualquer suspeita no futuro. O médico Miziara não foi localizado ontem pela Folha.
(LUCAS FIGUEIREDO)



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