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RIO
Grupo do governador afirma que 5 deputados federais, 14 deputados estaduais e 33 prefeitos também vão sair do partido
Garotinho deixa o PDT mesmo sem definir nova sigla
DA SUCURSAL DO RIO
O governador Anthony Garotinho comandou ontem um ato de
desfiliação em massa do PDT,
dando início ao funcionamento
informal de uma outra estrutura
partidária, até que defina seu futuro político, que hoje está mais
próximo de um ingresso no PSB.
"Estamos acabando de fundar o
PSS, o partido dos sem sigla", disse Garotinho aos cerca de 3.000
participantes do ato. "Perdemos
uma batalha, mas não perdemos a
guerra", afirmou sua mulher, Rosinha Matheus, que, emocionada,
abraçou o governador.
"Todos nós estamos muito tristes. No dia 18 de abril eu estaria
completando 18 anos de PDT",
disse Garotinho, que fez críticas
ao presidente do partido, Leonel
Brizola. "Se alguém costeou o
alambrado para a direita foi o Brizola", disse Garotinho.
Por volta das 18h, Garotinho
anunciou no teatro Odylo Costa
Filho, da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro, que 11.737 pessoas já haviam preenchido as fichas de desfiliação -que só passam a valer quando forem recebidas pela direção regional do PDT
e pela justiça eleitoral.
As fichas só serão entregues no
próximo mês, após serem conferidas individualmente por uma
comissão. Segundo organizadores do evento, essas fichas de desfiliação já vinham sendo preenchidas desde a semana passada
em várias cidades do Estado.
A intenção de Garotinho é que
os desfiliados continuem mobilizados em reuniões e assembléias
partidárias, que vão preceder um
encontro nacional a ser realizado
em dezembro, no qual será definida a entrada em um outro partido
ou a criação de uma nova legenda.
Os secretários estaduais Fernando William, Augusto José
Ariston e Luiz Alfredo Salomão
disseram que a preferência do
grupo próximo ao governador é
entrar no PSB. O próprio Garotinho diz que esse partido é o mais
coerente com sua história de "político de centro-esquerda". "Já estamos no PSB, o partido sem Brizola", disse o governador no ato.
"Vamos fazer a política do leite
com o petróleo", disse o secretário do Gabinete Civil, Augusto José Ariston, entusiasta da entrada
de Garotinho no PSB, mesmo que
os socialistas estejam dando precedência à entrada do governador
Itamar Franco, que seria o candidato do partido à Presidência em
2002. Nessa hipótese, Garotinho
concorreria à reeleição.
O grupo do governador contabiliza que, no Rio, estão se desfiliando do PDT 14 dos 17 deputados estaduais; cinco dos oito deputados federais, além de 33 prefeitos eleitos no interior do Estado, que só devem confirmar a saída do partido em janeiro, quando
tomarem posse.
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