São Paulo, sábado, 16 de novembro de 2002

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PAINEL

Palco apropriado
Lula irá nesta semana a Pernambuco e ao Piauí, dois dos Estados que mais sofrem com a seca. Acompanhado de José Graziano, um dos autores do "Fome Zero", e de Eduardo Suplicy, que trocaram críticas sobre o programa de combate à fome, divulgará detalhes do projeto.

Mais um
O senador eleito e ex-governador Mão Santa (PMDB-PI), que apoiou Lula desde o primeiro turno, avisou ao PT que quer nomear o futuro presidente do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas).

Versão governamental
O Instituto Cidadania, ONG criada para divulgar os projetos de Lula, continuará funcionando. O presidente eleito será conselheiro e a presidência continuará com Paulo Okamoto. As reuniões, hoje feitas em São Paulo, serão transferidas para Brasília nos finais de semana.

Operação abafa
A cúpula do PT procurou os deputados Bispo Rodrigues (PL-RJ) e Walter Pinheiro (PT-BA) para afirmar que os evangélicos serão convidados para a próxima reunião do pacto social. A bancada evangélica ameaçara fazer um abaixo-assinado por ter sido esquecida.

Horário de verão
No site do PT na internet, Marisa Letícia Lula da Silva já é chamada de primeira-dama.

Salvo-conduto
Foi de Antônio Palocci a idéia de levar Lula a Ribeirão Preto (SP) na segunda-feira. O presidente eleito deverá "explicar" aos eleitores de Palocci que "precisa muito do prefeito em Brasília". Palocci registrou em cartório declaração de que cumpriria todo o mandato.

Para a posse
Em sua visita na quinta a MG, Lula recebeu de presente uma garrafa da cachaça mineira Havana, uma das mais caras aguardentes brasileiras. Uma garrafa da bebida -que seria apreciada até mesmo por Fidel Castro- pode chegar a R$ 150.

Pé direito
O senador eleito Geraldo Mesquita (PSB-AC) foi comemorar a vitória nas eleições com a família em São Luís (MA). No primeiro dia, foi assaltado e ficou sem carteira e celular.

Cenário conturbado
A cúpula do PMDB está rachada. Os aliados do senador Renan Calheiros (AL) romperam com Michel Temer (SP), que tenta se viabilizar para a presidência da Câmara, quebrando o acordo fechado com o PT (pelo qual os petistas ficariam com a Câmara, e o PMDB, com o Senado).

Contrapartida
O senador Ramez Tebet (PMDB-MS), presidente do Senado, avisou à cúpula do seu partido que só desistirá de tentar a reeleição, enfrentando Renan Calheiros e José Sarney, se ganhar um ministério ou um cargo de líder no governo de Lula.

Empate técnico
Edison Lobão (PFL-MA) explicou a um colega a disputa no PMDB pela presidência do Senado aludindo à eleição no Iraque: "Dezessete senadores escreveram com sangue que votam no Sarney. Os mesmos escreveram com sangue que votam no Renan Calheiros".

Lente de aumento
Lula brincou ontem no vôo entre SP e Brasília com o tamanho de seus assessores Gilberto Carvalho e José Graziano, ambos baixinhos: "Minha equipe é "muito grande". É uma estratégia para eu parecer maior".

Eterna explicação
Eduardo Suplicy (PT) enviou e-mail para a economista Maria Conceição Tavares cobrando explicações sobre ela ter dito que ele é "monotemático". Ela respondeu, também por e-mail, que tem o "maior carinho" pelo senador e disse que a frase teria sido retirada "do contexto".

TIROTEIO

De Roberto Freire (PPS-PE), presidente do PPS, sobre a possibilidade de prorrogação do mandato de FHC para que a posse de Lula seja adiada:
- Se prorrogam, podem depois querer diminuir. Só se prorrogou mandato em regime ditatorial ou em preparação para a ditadura. Não se mexe em mandato, algo intocável.

CONTRAPONTO

Eleitorado de pouca fé

O bancário Nedson Micheleti (PT) concorreu à Prefeitura de Londrina (PR) em 2000 e acabou eleito por uma diferença de apenas 235 votos. Com poucos recursos, Micheleti fez uma campanha difícil, sempre atrás nas pesquisas.
Dez dias antes da disputa, ele aparecia em quarto lugar. Mas pesquisas internas do PT mostravam que a população estava descontente com o prefeito e que havia espaço para o crescimento de Micheleti. Em maio, houve uma caminhada no calçadão da cidade. Ele estava com apenas 4% nas pesquisas. No meio da caminhada, uma senhora abraçou Micheleti e falou:
- Nedson, você é o meu candidato. Eu vou votar em você!
O candidato ficou todo alegre. Mas seu entusiasmo murchou quando a mulher emendou:
- Eu sei que você não vai ganhar, mas eu vou votar em você assim mesmo...


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