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Por Dilma, governo dá verba a tucanos em SP
Transferências voluntárias da União a prefeituras do PSDB em São Paulo sobem em relação a 2008 para ajudar petista
Recursos aplicados em 9 cidades comandadas pela oposição a Lula cresceu; estratégia do PT é viabilizar palanques para a ministra
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
As transferências voluntárias
(sem obrigatoriedade constitucional) de verbas do governo federal para tradicionais redutos
comandados por tucanos no
Estado de São Paulo cresceram
neste ano pré-eleitoral em relação ao mesmo período de 2008.
O que parece ser uma incoerência política do governo petista trata-se, na verdade, de estratégia pré-eleitoral definida
pelo PT de aumentar a ação da
União em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, na tentativa de fortalecer a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil),
pré-candidata do partido à sucessão de Lula em 2010.
Conforme levantamento feito pela Folha nas 21 cidades
com mais de 200 mil eleitores
do Estado (onde pode haver segundo turno), o montante das
transferências voluntárias neste ano cresceu em dez delas,
sendo nove administradas por
partidos de oposição a Lula.
Cidades como São José dos
Campos e Sorocaba, onde o
PSDB do governador e pré-candidato a presidente José
Serra está no poder desde 1997,
tiveram um incremento de
28% e 9% no volume de verbas
enviadas diretamente da
União, respectivamente. Em
ambas Lula foi derrotado por
larga margem pelo tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno da eleição de 2006.
Segundo petistas, os candidatos a deputado federal ou estadual vão levar a mensagem
de que o governo federal é
quem investe nesses redutos
oposicionistas. O partido pretende contar com a ajuda desses políticos para montar palanques locais para Dilma.
"Vamos mostrar à população
que o governo federal está presente no Estado, com obras e
muitas outras ações em todas
as áreas", diz Edinho Silva, presidente do PT-SP.
No mês passado, Dilma vistoriou a reforma de um estádio
de futebol em Araraquara, cidade na qual Edinho foi prefeito e comandada hoje pelo
PMDB serrista. Essa será uma
prática rotineira da ministra
em São Paulo, dizem petistas.
Em 4 dos 6 municípios administrados pelo PT e onde o partido tem uma base consolidada
-todos na região metropolitana de São Paulo-, o volume de
repasses sofreu redução em relação ao ano eleitoral de 2008,
quando os petistas formaram o
chamado "cinturão vermelho"
em torno da capital do Estado.
Somente Osasco, do pré-candidato ao governo paulista pelo
PT Emidio de Souza, e Mauá
não sofreram nenhuma variação nos dois períodos.
Obras sociais
Boa parte das verbas diretas
são para programas de alta capilaridade eleitoral, como urbanização de favelas, obras em
hospitais e ações sociais.
O PT calcula que, se Serra ou
outro adversário de Dilma abrir
vantagem de cerca de 4 milhões
de votos em São Paulo, será difícil compensar a diferença em
outra região, como o Nordeste.
Em redutos da oposição ao
Planalto, as únicas quedas
ocorreram em Ribeirão Preto,
da prefeita Dárcy Vera (DEM),
que despencou 16%, e em Jundiaí, do tucano Miguel Haddad,
queda de 2%.
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