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FHC cita a alta do dólar paralelo
DO ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
DA FOLHA ONLINE
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que
achou "fantástico" e viu como
"um dado positivo" a alta do dólar no mercado paralelo. Ele considerou a alta um resultado da
aprovação, pelo Congresso, do
projeto que permite à Receita Federal a quebra do sigilo bancário.
"Essa alta mostra que a lei aprovada é boa, porque tem gente que
está com medo de não poder mais
sonegar", afirmou FHC, durante
entrevista coletiva de encerramento da 19ª reunião de cúpula
do Mercosul, em Florianópolis.
Em São Paulo, o dólar paralelo
subiu 0,92% ontem, passando a
R$ 2,16 para a compra e R$ 2,19
para a venda. Essa é a maior taxa
da moeda no mercado negro neste ano e representa ágio de 11%
sobre o dólar comercial no mercado interbancário (R$ 1,967).
FHC disse ser necessário prestar
atenção que a alta se deu "no dólar do mercado negro". "Não foi o
dólar (oficial) que disparou. E, o
dólar no mercado negro, ele sobe
e desce depois", completou.
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, que assistia à entrevista de
FHC no salão principal, disse que
o dólar em alta era "o de transações ilegais e não o dólar de 99%
das transações oficias do país".
Segundo analistas do mercado e
operadores de casas de câmbio,
pessoas e empresas com "negócios ilícitos" estariam aproveitando para remeter recursos para o
exterior. Outras pessoas, porém,
atribuem a pressão sobre as cotações do dólar às viagens e às compras de final de ano.
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