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Lei dará celeridade a julgamentos, diz Jucá
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o vice-líder do governo, senador Romero Jucá (PSDB-RR), a
aprovação do projeto de lei que
amplia o foro privilegiado para
autoridades nas questões de improbidade administrativa representa uma maior celeridade do
julgamento.
Segundo o senador, se o projeto
sobre o foro for aprovado, a chamada "Lei da Mordaça" ficará para o próximo ano.
Leia a seguir trechos da entrevista concedida por telefone, ontem, à Folha:
Folha - A aprovação do foro especial para ações de improbidade administrativa pode favorecer a impunidade das autoridades que são
beneficiadas pelo projeto de lei?
Romero Jucá - Não. Na verdade,
o que esse projeto irá fazer é
apressar o julgamento.
No caso dos prefeitos, por
exemplo, o processo irá direto para a segunda instância, para o Tribunal de Justiça de cada Estado. O
desembargador do TJ poderá pedir diligências à polícia, ao Ministério Público ou a algum juiz de
primeira instância. Os promotores da cidade podem auxiliar com
informações de investigações,
não há qualquer tipo de proibição
para que isso ocorra.
O que propomos é suprimir
uma instância para que o caso seja
julgado mais rápido.
Folha - Não é mais fácil e lógico o
prefeito ser investigado pelos promotores da cidade do que pelo procurador-geral que, além da distância, terá uma sobrecarga de casos?
Romero Jucá - Não concordo. Estamos corretos ao defender um
foro que irá agilizar o julgamento
de autoridades.
É somente por isso que eu defendo esse projeto. Imagine a diferença entre um processo contra
o presidente da República que começa na primeira instância e outro que vai direto para o STF (Supremo Tribunal Federal), caminho defendido pelo projeto. A diferença de tempo de julgamento
será no mínimo de dez ou de 15
anos.
Folha - Existe a possibilidade de o
foro ser limitado à Presidência da
República, como defende o PT?
Romero Jucá - Uma decisão como essa não pode ser personalista, com endereço e com identificação só para o presidente da República.
O que está em discussão é uma
nova metodologia de julgamento
para uma autoridade pública. O
presidente da República terá uma
foro específico, o governador terá
outro e o prefeito, outro. Não podemos personalizar uma decisão
assim.
Folha - Se esse projeto for aprovado no Senado, o que acontecerá
com a "Lei da Mordaça"?
Romero Jucá - Não é possível discutir os dois projetos de lei de
uma só vez.
O [projeto] que trata do foro
privilegiado é menos complexo
do que este que chamam de "Lei
da Mordaça". O Senado optou
por fluir o primeiro projeto e deixar o outro somente para o próximo ano.
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