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Petista defende criação de partido
em 2005 para reunir insatisfeitos
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-deputado federal do PT
Milton Temer defendeu ontem a
criação, em 2005, de um novo
partido de esquerda, que aglutinaria todos os parlamentares insatisfeitos com os rumos do governo Lula, incluindo a senadora
Heloísa Helena (AL) e os deputados Luciana Genro (RS), João
Fontes (SE) e João Batista de
Araújo, o Babá (PA), expulsos do
partido anteontem. Ele não descartou, até mesmo, uma união
com o PSTU.
Segundo Temer, a criação da
nova legenda seria a consequência natural do fórum de debates
sobre os rumos da esquerda brasileira que ele e os professores
Carlos Nelson Coutinho, das
UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro), e Leandro Konder, da PUC-RJ, estão colocando
em prática. O grupo, que se desfiliou do PT esta semana, se reúne
no Rio na próxima quinta-feira.
"Acho que esse movimento deve culminar numa legenda em
2005", afirmou ele.
Hegemonia
O vice-presidente nacional do
PT, Valter Pomar, um dos coordenadores da corrente de esquerda Articulação de Esquerda, criticou ontem a decisão de petistas
históricos de se desfiliarem do
partido. Segundo ele, sua corrente
continuará disputando a hegemonia. Hoje, a esquerda detém
apenas 30% do PT.
"As pessoas são livres para seguir seu caminho. Se elas acham
que não têm mais espaço dentro
do partido, que construam um
outro. Nós vamos continuar disputando o PT. É prematuro jogar
fora duas décadas de construção
política por conta de um ano de
governo federal", afirmou.
Pomar e os dirigentes Joaquim
Soriano, da Democracia Social, e
Jorge Almeida, da Força Socialista, ambas correntes da esquerda
do PT, participaram, à noite, de
um protesto, no Rio, contra a expulsão dos radicais.
Pomar disse que defendeu a
permanência da senadora Heloísa
Helena no partido, mas afirmou
que o partido não se resume a ela.
"Não é possível contrapor a história de um partido ao destino de
uma pessoa."
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