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São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2003

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MINISTÉRIOS

Apenas versão otimista será divulgada na 5ª

Planalto esconde balanço do 1º ano com críticas a ministros fracos

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Há dois balanços no Palácio do Planalto sobre o primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O oficial será divulgado na quinta, numa linha otimista e de prestação de contas. O para consumo interno de Lula é duro com áreas dos ministérios. Algumas avaliadas como muito fracas. Outras, como problemáticas.
Em cerimônia oficial no Palácio do Planalto, Lula fará um pronunciamento público aos ministros às 10h. Deverá dizer que seu governo conquistou "credibilidade" em 2003 não só perante o mercado financeiro internacional, mas também com empresários brasileiros. Deverá falar que, apesar de não poder cobrar muitos feitos devido à herança do governo anterior, já há resultados.
O presidente deverá abordar o duro ajuste fiscal e monetário, dizendo que foi necessário para arrumar a casa para 2004.
Como tem feito publicamente, Lula dirá que no ano que vem o país crescerá para valer economicamente. Destacará a aprovação das reformas da Previdência e tributária. Espera terminar a votação no Senado na quinta. Na sexta, estará no Congresso para promulgar as duas reformas.
Mas a parte ruim do balanço dificilmente virá a público na íntegra por iniciativa do governo. As ações positivas serão editadas em uma revista do governo federal.
A Folha apurou que na lista de ministérios com bom desempenho estão Fazenda, Minas e Energia, Casa Civil, Comunicação de Governo, Justiça, Previdência Social, Agricultura, Desenvolvimento, Integração Nacional, Turismo, Saúde, Cultura, Trabalho e Relações Exteriores.
No balanço de quinta, serão citados como fatos positivos, por exemplo, o controle da inflação (Fazenda), economia nos gastos com publicidade (Comunicação de Governo) e a implantação do Sistema Único de Segurança Pública (Justiça). Em conversas reservadas, Lula cita o ministro Márcio Thomaz Bastos como exemplo. Esteve à frente de uma área complicada, mas fez condução hábil. Mais importante, diz Lula, é que ele lidou com o aperto sem reclamar em público.
Esse tipo de reclamação foi algo que irritou o presidente ao longo do ano. O ministro da Educação, Cristovam Buarque, está na lista de problemáticos, mas não muito fracos, por ter pedido mais recursos publicamente. Também entram nessa lista os ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Esporte, do Planejamento e do Meio Ambiente.
Na lista de ministérios muito fracos estão Assistência e Promoção Social, Cidades, Ciência e Tecnologia e Transportes. São pastas que a cúpula do governo avalia como fracassos gerenciais.


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