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ELEIÇÕES 2006/GOVERNO DE SÃO PAULO
Peemedebista fica a frente de petistas e empata com Fernando Henrique Cardoso
Quércia surpreende e lidera a corrida pelo governo paulista
DA REPORTAGEM LOCAL
Frustrando a expectativa de
quem aposta na polarização PT
versus PSDB para o governo de
São Paulo, o peemedebista Orestes Quércia é hoje o favorito na
disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. A primeira pesquisa Datafolha sobre a eleição no Estado
mostra que, com 24% a 33% das
intenções de voto, Quércia lidera
a corrida em cinco dos seis cenários apresentados pelo instituto.
Em somente um deles há empate técnico, no qual Quércia (24%)
divide a liderança com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (23%), do PSDB, com apenas
um ponto de vantagem. Nesse
quadro -o mais disputado dos
seis-, o líder do Governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT),
está logo atrás, com 20% das intenções de voto. A margem de erro é de dois pontos percentuais
para mais ou para menos.
Nessa simulação, votos em
branco, nulos e de indecisos somam 24%, o mesmo índice de
apoio a Quércia. Mas, em outros
cenários, a soma pode chegar a
até 29% dos votos -mais de um
quarto do eleitorado.
Para o diretor-presidente do
Datafolha, Mauro Paulino, o alto
índice de votos nulos, em branco
e de indecisos expressa que "essa
é uma eleição aberta". "As taxas
de intenção de votos podem mudar muito. Não estão consolidadas, cristalizadas", disse ele, afirmando que há espaço para crescimento de candidatos já lançados e
de novos nomes.
Para Paulino, a explicação para
a liderança de Quércia "se dá mais
por rejeição aos outros do que por
preferência" a ele. "É mais por exclusão. Marta e Mercadante pagam o preço da crise política [que
afeta o PT]. Fernando Henrique
carrega o peso de oito anos de governo." Essa pesquisa, diz ele,
"tem um componente de protesto
em relação aos dois partidos dominantes, PT e PSDB".
Hoje afastado do noticiário e
dedicando-se, além da política estadual, à produção de café, Quércia aparece em situação confortável -pelo menos cinco pontos à
frente do segundo colocado-
nos cinco cenários em que lidera.
Foram seis as simulações apresentadas aos eleitores pelo Datafolha, com diferentes candidatos
do PSDB e do PT, partidos em que
a situação é mais indefinida. Além
de FHC, foram submetidos os nomes dos dois tucanos que já se
lançaram formalmente na disputa: o ex-ministro da Educação
Paulo Renato Souza e o líder do
governo na Câmara Municipal, o
vereador José Aníbal.
Pelo PT, foram apresentados os
nomes de Mercadante e da ex-prefeita Marta Suplicy, também
pré-candidatos declarados. Além
de Quércia, o pedetista Carlos
Apolinário e o pefelista Guilherme Afif Domingos figuram em todos os cenários.
FHC desponta como o mais
competitivo dos tucanos. Na pesquisa, o ex-presidente tira votos
de Quércia, por exemplo, entre as
mulheres e eleitores com nível
fundamental de escolaridade.
Ainda assim, FHC fica três pontos percentuais abaixo de Marta
no cenário que oferece a ex-prefeita como alternativa petista.
Nesse caso, Quércia tem 26% das
intenções. Marta tem 21% e FHC,
18%. Apolinário aparece com 6%
e Afif, com 5%. Votos em branco,
nulos e de indecisos somam 23%.
Nas simulações em que FHC é
substituído por Aníbal ou por
Paulo Renato, Mercadante e Marta aparecem como segundo colocados. Ele, com 23%. Ela, com
22%. Em todos eles, Apolinário é
o terceiro colocado, sempre com
7% das intenções de voto.
Tucanos
Aníbal e Paulo Renato estão
longe de apresentar o mesmo desempenho. O vereador tem 6%
quando Mercadante está na disputa e 5% quando a adversária
petista é Marta, ficando empatado
tecnicamente com Apolinário e
Afif em ambas situações. Paulo
Renato é o último colocado nas
duas simulações. Tem 4% contra
Mercadante (empatado tecnicamente com Afif) e apenas 3% contra Marta.
Segundo a pesquisa, Quércia
tem melhor performance no interior. Nas simulações que incluem
Marta, por exemplo, seu potencial
de votos no interior chega a ser
dez pontos acima do que na região metropolitana, onde ela tem
mais força.
Em um dos cenários (com Aníbal), Quércia tem 36% dos votos
do interior contra 16% de Marta.
Ela, por sua vez, tem 29% da preferência na região metropolitana.
Quércia, 26%.
Essa vantagem de Quércia só é
reduzida quando FHC e Mercadante estão na disputa. Nesse cenário, fica três pontos a frente de
FHC no interior: 25% a 22%. Sem
FHC, Quércia chega a ficar 14
pontos à frente de Mercadante no
interior.
Ainda de acordo com a pesquisa, Quércia -que governou o Estado de 1987 a 1991- tem seu
ponto fraco entre os eleitores de
16 a 24 anos. Em todos os cenários, ele fica abaixo do patamar de
20% entre os entrevistados com
renda familiar mensal superior a
dez salários mínimos. Seu desempenho também piora entre os
eleitores com nível de escolaridade superior.
O Datafolha ouviu 1.798 moradores de São Paulo na terça e na
quarta-feira desta semana.
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