|
Próximo Texto | Índice
Painel
@ - Renata Lo Prete
Em pedaços
Na abertura oficial da temporada de autocrítica do
PT, o diretório paulista do partido se reúne hoje dividido em nada menos do que dez grupos internos. Cada um deles decidiu apresentar um texto para o encontro, o que revela o tamanho do racha após o escândalo do dossiê e a derrota de Aloizio Mercadante.
À exceção do material dos poucos petistas que ainda
estão com o senador, os documentos são duros com os
"aloprados". Também reservam críticas aos erros de
estratégia da campanha no Estado e às práticas gerais
da sigla. "Não podemos negar que uma determinada
cultura aparelhista, burocrática, mandonista e fisiológica encontra amplo respaldo na direção do PT",
afirma um texto preparado pela esquerda partidária.
Voz para todos. Até mesmo João Paulo Cunha decidiu
se distanciar da direção paulista do PT. "Ao menos poderíamos perder sem ter que assistir ao episódio do dossiê",
diz o documento do grupo do
ex-presidente da Câmara.
Te pego. A reunião de hoje
do diretório paulista do PT terá outro ponto de tensão. O
presidente estadual do partido, Paulo Frateschi, não gostou nada de saber que teve de
prestar esclarecimentos à Polícia Federal no inquérito que
investiga o dossiê essencialmente por ter sido citado no
depoimento de Mercadante.
Bem na foto. Partidos,
movimentos sociais e entidades de classe passaram o dia
de ontem numa corrida para
ver quem entraria primeiro
na Justiça contra o aumento
de salário dos parlamentares.
Venceu a CUT do Distrito Federal, que conseguiu protocolar ação no fim da tarde, antecipando-se ao PPS e à UNE.
Cinderela. Os ministros
Dilma Rousseff (Casa Civil) e
Joaquim Barbosa (STF) e a
assessora da Presidência Clara Ant eram os mais animados
no coquetel realizado após a
diplomação de Lula. Ant deixou o Itamaraty com as sandálias na mão.
Ressaca. Ontem, em palestra a militares, Dilma trocou a
cidade que será o ponto de
partida da ferrovia Transnordestina. Disse "Eliseu Resende" (senador eleito pelo PFL-MG). O município piauiense
se chama Eliseu Martins.
Minha vez. Senadores
"desempregados" do PMDB
começaram a sondar os colegas a fim de ocupar a vaga de
ministro do TCU, reaberta
com a rejeição de Luiz Otávio
(PA) pela Câmara. Amir Lando (RO) e Maguito Vilela (GO)
já estão em campanha.
Até ele. Opositor feroz do
governo Lula, o senador Jefferson Péres (AM) diz em carta ao partido que é contra a
adesão ao governo, mas promete "manter canal aberto de
diálogo" com o presidente.
Passou. Em fase de reconciliação com o PSB após flerte
com a oposição, o deputado
Julio Delgado (MG) desistiu
da posse do governador de seu
Estado, Aécio Neves (PSDB),
para ir ao evento de Eduardo
Campos, presidente do partido, em Pernambuco.
Anti-Chávez. José Maria
Aznar, espécie de guru do
PFL, vem ao Brasil em abril, a
convite do partido. O ex-premiê espanhol será palestrante
de honra do seminário "Populismo na América Latina".
FHC, outro convidado, ainda
não confirmou presença.
Pela tangente. Futuro secretário do tucano José Serra
e colega de partido do prefeito
Gilberto Kassab (PFL), Afif
Domingos tem feito de tudo
para não tratar da ação da Associação Comercial, presidida
por ele, contra a lei que proíbe
outdoors em São Paulo.
Isolado. Vem da pequena
Cambé (PR) uma das únicas
críticas públicas de tucanos à
disposição de Tasso Jereissati
de apoiar Ciro Gomes (PSB-CE) para a Presidência em
2010. "Ele deveria se demitir
já da presidência do partido",
diz Erasmo Machado, que comanda o PSDB local.
Tiroteio
"Precisamos de um Sherlock Holmes brasileiro
para os crimes insolúveis do PT: a morte dos
prefeitos Celso Daniel e Toninho, o valerioduto
e, agora, a origem do dinheiro do dossiê."
Do deputado LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR) sobre o relatório da CPI
dos Sanguessugas, que não apresentou conclusões sobre a origem do
dinheiro que seria usado para comprar o dossiê contra José Serra.
Contraponto
Menos caloria
Em visita ao Congresso na terça passada, Geraldo Alckmin foi saudado por oposicionistas, que elogiaram a silhueta mais esbelta do candidato derrotado à Presidência.
-Perdi três quilos desde o final da campanha- contou
o tucano em bate-papo no cafezinho do Senado.
Sérgio Guerra (PSDB-PE) arriscou uma explicação:
-É que você não viaja mais com o Heráclito Fortes.
O pefelista costumava distribuir guloseimas no avião.
Alckmin concordou com o diagnóstico e acrescentou:
-Nem tomo mais café da manhã na casa do Zé Jorge.
O senador, vice na chapa de Alckmin, oferecia uma mesa repleta de quitutes pernambucanos.
Próximo Texto: 19 Assembléias seguem o Congresso e sobem salários Índice
|