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ESPÍRITO SANTO
Tribunal anuncia medidas para combater venda de sentenças
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA
O Tribunal de Justiça do
Espírito Santo anunciou ontem novas medidas contra o
suposto esquema de venda
de sentenças e o nepotismo.
Uma delas pretende rever
processos em varas citadas
no inquérito da Operação
Naufrágio, que levou à prisão
de oito pessoas, entre elas o
presidente do TJ, Frederico
Pimentel, afastado do cargo
na semana passada.
O anúncio das novas medidas ocorreu após a primeira
sessão do plenário após a soltura dos presos na operação
ontem à tarde. Nenhum dos
três desembargadores detidos (Pimentel, Elpídio José
Duque e Josenider Varejão
Tavares) compareceu.
Após duas horas reunido a
portas fechadas com 21 desembargadores, o presidente
interino do TJ, desembargador Álvaro Bourguignon,
anunciou as mudanças. Ele
disse que será feita uma correição em varas citadas no
inquérito que tramita no Superior Tribunal de Justiça:
"É um procedimento padrão,
feito pela Corregedoria. É
uma verificação, uma fiscalização que se faz para identificar as razões pelas quais um
determinado processo ou
procedimento não chegou ao
seu fim no termo acordado".
Outra medida diz respeito
aos servidores que têm qualquer grau de parentesco com
juízes ou desembargadores.
A partir de agora eles estão
proibidos de manusear ou de
participar de qualquer processo analisado por familiares: "Isso não é um atestado
de desconfiança nos servidores. Todos nós somos presumivelmente honestos, mas
não basta ser, é preciso parecer ser", disse Bourguignon.
Dezessete dos 24 desembargadores têm parentes de
primeiro grau trabalhando
na corte, segundo o Ministério Público Federal. O presidente interino disse que o TJ
vai analisar caso a caso: "A
questão não é ser parente e
ser aprovado [em concurso],
a questão é se existe algum tipo de imoralidade ou ilegalidade nessa conduta. É isso
que o tribunal vai averiguar
com mais cautela", declarou.
A partir de agora, todos os
concursos para o Judiciário
capixaba serão terceirizados,
e não só para o cargo de juiz.
Os desembargadores também decidiram afastar da
função de ouvidor do TJ o
desembargador Elpídio Duque, um dos presos pela Polícia Federal. Mas caberá ao
STJ ou ao Conselho Nacional de Justiça decidir sobre o
afastamento dos três magistrados de seus cargos.
(VINÍCIUS BAPTISTA E CÍNTIA ACAYABA)
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