São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


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INVESTIGAÇÃO
Procuradoria pede operação contra jogo em casa de bingo

da Sucursal de Brasília

A Procuradoria da República irá requisitar nesta semana à Polícia Federal uma operação nacional de apreensão de máquinas de jogos eletrônicos instaladas em casas de bingos.
Um ofício de 150 páginas será encaminhado à Receita propondo uma devassa em empresas responsáveis pelos jogos eletrônicos. Elas teriam envolvimento com a máfia italiana e já seriam responsáveis pela distribuição de 20 mil máquinas no país.
A procuradoria irá solicitar à Justiça Federal a quebra dos sigilos bancários e telefônicos de 30 pessoas, inclusive ex-servidores do Ministério do Esporte e Turismo, acusadas de favorecer as empresas envolvidas.
Segundo a procuradoria, a operação da PF irá se restringir às casas de bingos porque seu funcionamento é autorizado pelo governo federal, apesar de a maioria operar na ilegalidade. As máquinas instaladas em panificadoras e bares devem ser apreendidas pelas polícias estaduais.
O procurador da República Luiz Francisco Fernandes de Souza disse que a operação foi requisitada para que a PF faça cumprir o decreto presidencial, baixado em outubro, proibindo o funcionamento dos jogos eletrônicos.
"O maior responsável pelo funcionamento dos jogos eletrônicos é o ministro Rafael Greca (Esporte e Turismo) por não ter fiscais para acompanhar o funcionamento das casas de bingos", disse.
A assessoria do ministro rebateu as críticas do procurador com o argumento de que os jogos eletrônicos foram proibidos pelo decreto presidencial.
Além disso, disse a assessoria, foram instauradas sindicâncias e auditorias para apontar irregularidades atribuídas ao ex-diretor do Indesp (Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto) Luiz Antonio Buffara.
O ex-diretor é acusado de ter ajudado a elaborar a portaria 23, que estabeleceu o funcionamento dos caça-níqueis sob o nome de "máquinas eletrônicas programadas".
Ele também teria privilegiado o atendimento de empresas supostamente ligadas à máfia italiana, como a Neojuegos Administração e Fomentos, de Alejandro Ortiz Fernandes, filho de Alejandro Ortiz Viveiros.


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