São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2004

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Lessa diz que demissão não passa de "boato"

DA SUCURSAL DO RIO

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, afirmou ontem no Rio que entrega o cargo assim que Lula pedir -a solicitação, porém, não foi feita.
Segundo ele, não será necessário um processo de "fritura" para tirá-lo da presidência do banco, a maior fonte de financiamento de longo prazo no país. "Estou acostumado a ser demitido. A imprensa me demitiu 34 vezes no ano passado em momentos diferentes, mas o meu cargo é do presidente."
Para ele, as notícias sobre sua demissão não passam de boatos. O ministro não acredita que esteja sendo "fritado" com o objetivo de acomodar alguém da base governista.
Apesar de afirmar que fica no posto, Lessa disse à Folha que, às vezes, sente-se cansado e angustiado no comando do BNDES: "Quem disser que fica contente dirigindo uma estrutura complexa com problemas monumentais tem de ir para o analista".
De acordo com Lessa, sua indicação não teve nenhuma vinculação partidária. Disse, porém, que é ligado "historicamente" a setores do PMDB e que seria natural que o governador do Paraná, o peemedebista Roberto Requião, fizesse uma intervenção a seu favor.
A ministra da Assistência Social, Benedita da Silva, disse ontem no Rio que nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem o ministro José Dirceu (Casa Civil) a procuraram para tratar da reforma ministerial.
Benedita afirmou que, anteontem, durante uma longa reunião em Brasília entre o presidente e ministros da Câmara de Política Social (articulação dos ministérios da área social do governo), em nenhum momento o assunto foi discutido.
Apesar da iminência da reforma, Benedita disse: "Não estou preocupada, independentemente do que tenho lido". Ela é tida como uma das pessoas ameaçadas a perder o cargo.
Sobre projetos políticos ou pessoais para 2004, se for substituída, Benedita disse que não considerou o assunto. "Contudo, porém e todavia não têm no meu dicionário." (PEDRO SOARES e HENRI CARRIÈRES)

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