|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lessa diz que demissão não passa de "boato"
DA SUCURSAL DO RIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
Carlos Lessa, afirmou ontem
no Rio que entrega o cargo assim que Lula pedir -a solicitação, porém, não foi feita.
Segundo ele, não será necessário um processo de "fritura"
para tirá-lo da presidência do
banco, a maior fonte de financiamento de longo prazo no
país. "Estou acostumado a ser
demitido. A imprensa me demitiu 34 vezes no ano passado
em momentos diferentes, mas
o meu cargo é do presidente."
Para ele, as notícias sobre sua
demissão não passam de boatos. O ministro não acredita
que esteja sendo "fritado" com
o objetivo de acomodar alguém da base governista.
Apesar de afirmar que fica no
posto, Lessa disse à Folha que,
às vezes, sente-se cansado e angustiado no comando do
BNDES: "Quem disser que fica
contente dirigindo uma estrutura complexa com problemas
monumentais tem de ir para o
analista".
De acordo com Lessa, sua indicação não teve nenhuma vinculação partidária. Disse, porém, que é ligado "historicamente" a setores do PMDB e
que seria natural que o governador do Paraná, o peemedebista Roberto Requião, fizesse
uma intervenção a seu favor.
A ministra da Assistência Social, Benedita da Silva, disse ontem no Rio que nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
nem o ministro José Dirceu
(Casa Civil) a procuraram para
tratar da reforma ministerial.
Benedita afirmou que, anteontem, durante uma longa
reunião em Brasília entre o presidente e ministros da Câmara
de Política Social (articulação
dos ministérios da área social
do governo), em nenhum momento o assunto foi discutido.
Apesar da iminência da reforma, Benedita disse: "Não estou preocupada, independentemente do que tenho lido". Ela
é tida como uma das pessoas
ameaçadas a perder o cargo.
Sobre projetos políticos ou
pessoais para 2004, se for substituída, Benedita disse que não
considerou o assunto. "Contudo, porém e todavia não têm
no meu dicionário."
(PEDRO SOARES e HENRI CARRIÈRES)
Texto Anterior: Dança dos ministros: Lula deve dar "superministério" a petista Próximo Texto: Ministros evitam falar de mudanças no governo Índice
|