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CASO SANTO ANDRÉ
Deputado pede que OAB o desagrave
Greenhalgh criticou Folha por publicar acusação de um preso
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado e deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh
(PT-SP) entregou ontem à seção
paulista da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil) um pedido público de desagravo por ter
sido acusado de agressão por
um preso. O petista criticou a
Folha, que, em 23 de dezembro,
publicou a acusação feita contra
ele num interrogatório judicial.
A entrega do pedido (que ainda precisa ser aprovado por um
conselho da OAB) foi assistida
pelos ministros José Dirceu (Casa Civil), Márcio Thomaz Bastos
(Justiça) e Miro Teixeira (Comunicações), pelo presidente da
Câmara, João Paulo Cunha, pelo presidente do PT, José Genoino, e pelo ex-ministro da Justiça
José Carlos Dias. Cerca de 300
pessoas estavam presentes.
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva enviou uma carta de
apoio ao deputado, que foi lida
pelo ministro Márcio Thomaz
Bastos, na qual afirmou ser a vida de Greenhalgh "a maior prova de que as acusações absurdas
não têm como prosperar".
A acusação contra o deputado
partiu do preso Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho. Acusado pela morte do
prefeito Celso Daniel, o preso
disse à Justiça que só assumiu o
crime por ter apanhado de
Greenhalgh e de outras pessoas.
Antes da publicação, Greenhalgh foi procurado pela Folha
e sua versão, a de que a acusação
era "absurda", foi divulgada.
Ontem Greenhalgh criticou o
fato de a reportagem ter tido
acesso a informações sigilosas
do processo judicial e pelo jornal ter publicado as declarações
do preso: "O segredo de Justiça
se mantém para mim, mas não
para a Folha". O deputado afirmou ter "mágoa" do jornal. Disse que o depoimento do preso
foi acompanhado por outras
nove pessoas, que, segundo ele,
deveriam ter sido ouvidas -o
preso não especificou, em seu
interrogatório, quando teria sofrido as supostas agressões.
"Não quero estabelecer uma
guerra contra a Folha. Reconhecendo que a Folha e a imprensa
têm uma contribuição à democracia, mas quero também que a
recíproca seja verdade. Quero
também merecer a credibilidade da Folha. O que aconteceu
comigo pode acontecer com
qualquer advogado", disse.
O deputado elogiou o colunista da Folha Clóvis Rossi, que no
Natal publicou coluna defendendo o deputado e afirmando
que a acusação era uma loucura.
Na opinião de José Dirceu, a
acusação contra Greenhalgh é
um "crime contra a honra e não
pode passar em branco". Segundo Genoino, o "simples depoimento de um preso não pode
atingir a história de vida" do deputado. Em carta lida por Hélio
Bicudo, vice-prefeito de São
Paulo, a prefeita Marta Suplicy
disse que "a Folha presta um
desserviço à democracia" ao divulgar a versão do preso.
Também em carta, a presidente do grupo Tortura Nunca
Mais do Rio, Cecília Coimbra,
classificou de "ridículas as acusações da Folha". Rubens Approbato Machado, presidente
nacional da OAB, disse que o
jornal "errou" por deixar de ouvir o deputado antes da publicação -Greenhalgh foi ouvido.
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