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CONGRESSO
Senador volta a criticar governo, mas afirma que não foi traído porque o presidente não combinou nada com ele
ACM diz que FHC recuou em apoio a Sarney
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Três dias depois de deixar a presidência do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) voltou a
criticar ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso, embora afirme que não foi "traído" por
FHC nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado.
"Não fui traído, pois não combinei nada com ele (FHC). Agora, o
presidente Fernando Henrique
Cardoso incentivou a candidatura de José Sarney (à presidência
do Senado), mas, depois, retirou o
seu apoio", disse ACM.
Apesar de dizer que não foi traído por FHC, ACM continuou fazendo críticas ao presidente.
"Ele (FHC) foi contra a CPI do
Judiciário, mas nós conseguimos
fazer um excelente trabalho, colocamos o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto na cadeira e indiciamos
outros tantos que merecem o
mesmo destino. Ele (FHC) foi
contra o valor do novo mínimo
(de R$ 151 para R$ 180), mas acabou aceitando a nossa proposta."
Logo após participar da posse
do novo secretário da Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Eraldo
Rocha, o senador baiano disse
que a "corrupção campeia no
Brasil" e que vai atuar de "forma
independente".
Reforma
Mais tranquilo depois da agitação vivida em Brasília, ACM disse
que, se pudesse, não promoveria
uma reforma ministerial agora.
"É um problema dele (a reforma). Eu não tiraria ninguém, mas
o presidente Fernando Henrique
é que deve saber quem ele mantém e quem ele tira, quem ajuda e
quem macula o seu governo."
Segundo o pefelista, "é muito
cedo" para saber se as mudanças
ocorridas no Congresso com as
eleições de Jader Barbalho
(PMDB-PA) e Aécio Neves
(PSDB-MG) terão alguma influência na sucessão presidencial
do ano que vem. "Os fatos ocorridos em Brasília não interessam
nada a 2002. Na política, os fatos
mudam a todo instante."
Tasso
ACM também voltou a defender
a candidatura do governador Tasso Jereissati (PSDB-CE) à Presidência da República.
"Eu quero que o meu partido tenha um candidato. Caso contrário, acho que devemos fazer uma
aliança com um político capaz,
que possa fazer a redenção do
Brasil em vários setores, como é o
caso do governador Jereissati."
Segundo ACM, o futuro da
aliança PFL/ PMDB/PSDB depende "exclusivamente" de FHC.
"A manutenção da aliança passa por modificações que o presidente pode fazer ou não. No entanto, não é possível privilegiar
parlamentares que são amorais e
vendem voto em um momento
tão difícil da vida pública brasileira", ressaltou o senador.
"Retaliação"
Para ACM, a Bahia não será retaliada pelas forças políticas que
dão sustentação ao governo de
FHC. "Ninguém tem coragem de
fazê-lo", afirmou.
ACM voltou a dizer que o seu
mandato não acabou na última
quarta-feira, quando deixou a
presidência do Senado. "Continuo o mesmo, com a mesma coerência."
Segundo o senador pefelista, as
suas relações com o senador Jorge
Bornhausen (PFL-SC) são excelentes, "ao contrário do que diz a
imprensa".
"O PFL tem um presidente capaz, que vai traçar as linhas do diretório no próximo dia 8 de março", disse ACM, referindo-se ao
rumo que o seu partido deve tomar depois das derrotas sofridas
no Senado e na Câmara.
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