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Senador deverá concentrar ação política na Bahia, de olho em 2002
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Derrotado no primeiro tempo,
o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) vai aproveitar o
intervalo para manter a hegemonia no jogo da política baiana. Depois de perder as eleições para as
presidências do Senado e da Câmara, deve intensificar nos próximos meses o trabalho para manter o seu grupo unido no Estado.
A tarefa do senador não será fácil. Nos últimos três meses, oito
parlamentares federais e estaduais carlistas deixaram de seguir
a liderança do senador e migraram para o PMDB, partido controlado na Bahia pelo deputado
federal Geddel Vieira Lima, atualmente o principal desafeto do senador na política baiana.
"Estamos trabalhando muito
para trazer outros deputados carlistas para o PMDB", disse na semana passada Geddel.
A esquerda, por enquanto, só
assiste. "O senador sofreu uma
fragorosa derrota política em Brasília. Agora, ele vai ter de trabalhar
muito para controlar o seu grupo
na Bahia", disse a deputada estadual Lídice da Mata (PSB).
O carlismo é a maior força política da Bahia: das 417 prefeituras,
395 apóiam o governador César
Borges (PFL), afilhado de ACM.
"É verdade que o senador tem o
controle político na Bahia, mas
existe muito descontentamento
entre os seus correligionários",
disse Lídice, ex-prefeita de Salvador. "Ele pode candidatar-se novamente ao Senado ou tentar governar a Bahia pela quarta vez."
Em outubro do próximo ano, os
eleitores da Bahia vão às urnas para renovar duas vagas no Senado
-a de ACM e a do ministro Waldeck Ornélas (licenciado, substituído por Djalma Bessa).
Na primeira hipótese, ACM indicaria um candidato à sucessão
do governador César Borges.
Para Borges, porém, a saída dos
carlistas não é tão importante.
"Vamos ver no ano que vem o resultado das eleições. Nós (o PFL)
temos condições de vencer com
qualquer candidato. Agora, se o
senador Antonio Carlos Magalhães lançar o seu nome, a vitória
será esmagadora."
Antes de perder a disputa parlamentar para PMDB e PSDB, ACM
dizia ter três candidatos ao governo: os ministros Rodolpho Tourinho e Waldeck Ornélas e o senador e ex-governador Paulo Souto.
A pouco menos de dois anos para as eleições, as oposições têm
dois blocos definidos no Estado: a
aliança entre o PMDB e o PSDB e
uma outra via comandada pelo
PT. Geddel e Benito Gama têm a
preferência no PMDB e no PSDB
para disputar o governo e o Senado. No PT, o mais cotado é o ex-governador Waldir Pires.
(LUIZ FRANCISCO)
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