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Dirceu e Palocci se encontram com Alckmin para conseguir apoio e tentar diminuir resistência dos governadores
Planalto pede ajuda tucana para reformas
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os ministros da Casa Civil, José
Dirceu, e da Fazenda, Antonio Palocci Filho, procuraram ontem o
PSDB, por meio do governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, a
fim de conseguir um apoio em
torno da aprovação das reformas
tributária e da Previdência.
Após a visita de quase duas horas, que ocorreu no Palácio dos
Bandeirantes, Dirceu afirmou
que espera contar com o apoio
dos oito governadores tucanos,
principalmente por meio das
bancadas no Congresso.
Alckmin disse que não foram
colocados em pauta pontos específicos sobre mudanças nos atuais
sistemas previdenciário e tributário. Teria ocorrido apenas a garantia de empenho para que as reformas saiam do papel.
Para conseguir aprovar alterações nos modelos vigentes, o governo busca diminuir a resistência dos governadores. No caso da
reforma da Previdência, os Estados querem evitar eventuais custos de transição para um regime
único que crie um mesmo teto para os servidores públicos e os contribuintes da iniciativa privada.
Em relação à reforma tributária,
os governadores temem ainda
que novas regras tragam eventuais quedas na arrecadação.
Para o ministro da Casa Civil,
apesar das "limitações" para a
realização das reformas, "é preciso tomar decisões, por mais duras
que elas possam ser".
Na semana passada, o governo,
por meio do ministro Ricardo
Berzoini (Previdência), recuou da
criação de um regime único ao
admitir a dificuldade de sua viabilização. Depois, voltou atrás. Ao
negar o recuo, Dirceu disse que o
governo apenas expôs as "alternativas" de mudança no sistema.
Na reunião com os governadores, no final desta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve insistir no regime único. Sem o
apoio dos governadores, as possibilidades de alterações no atual
modelo ficam praticamente inviáveis. Alckmin, um dos prováveis nomes para disputar a Presidência em 2006 pelo PSDB, disse
ser a favor do PL-9 como diretriz
para acabar com a diferença entre
os sistemas de aposentadoria dos
servidores públicos e dos trabalhadores da iniciativa privada.
Enviado ao Congresso em 1999,
o projeto de lei prevê a criação de
fundos de previdência complementar tanto pela União como
pelos Estados e municípios. Os
novos servidores, por sua vez, ingressariam em um regime de teto
único. O governo também não
descarta a possibilidade de realizar uma reforma com base nas
propostas do PL-9, caso não consiga a unificação do sistema.
Alckmin foi evasivo ao dar sua
opinião sobre o teto único. Disse
que é o ideal, mas que "não deve
ser a única proposta estudada".
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