São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

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CASO FURNAS

Senador diz que investigação está condicionada à veracidade do documento

Delcídio desqualifica lista de Furnas

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), encerrou na noite de anteontem o depoimento do ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, que durou cerca de seis horas, desqualificando as denúncias de um suposto esquema de arrecadação de recursos na estatal para campanhas eleitorais.
"Continuo compactuando com o relator quanto ao caso Furnas. Existe uma questão fundamental que é a veracidade ou não de uma lista. É muito importante o posicionamento da Polícia Federal em relação a essa lista para que não fiquemos tateando coisas que não têm validade", disse ele.
Dimas foi convocado devido a uma lista, supostamente com sua assinatura, em que aparecem 156 políticos, principalmente do PSDB e do PFL, como beneficiários de um esquema de caixa dois em Furnas. A PF possui uma cópia do documento.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), estabeleceu a apresentação da lista original e dos recibos de pagamentos a políticos como condição para marcar o depoimento de Nilton Monteiro. O PT pressiona para que a CPI ouça o lobista.
Em seu depoimento, Dimas afirmou que a lista é falsa e negou que tenha arrecadado dinheiro para campanhas eleitorais.
A versão de Dimas sobre sua relação com o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) não convenceu os petistas. Ele afirmou que se encontrou com o deputado uma única vez, às 22h30 de 13 de abril de 2005. O ex-diretor disse que soube por "algumas pessoas" que o parlamentar queria conversar com ele.
Segundo Dimas, o cargo que ocupava em Furnas tinha sido oferecido a Jefferson, que indicaria outra pessoa. Ainda de acordo com o ex-funcionário de Furnas, ele só pediu ao deputado que indicasse um funcionário de carreira. No encontro, no entanto, o parlamentar teria mudado de idéia, sem nada receber em troca, e mantido Dimas na estatal.
Pressionado, Dimas admitiu que conversou com Jefferson sobre o sistema de controle de contratos em Furnas, mas negou irregularidade. Apesar de ter posto seus sigilos à disposição da CPI durante o depoimento, Dimas recuou: "Prefiro que meus sigilos sejam solicitados por essa CPI, assim fica especificado o período". O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que apresentará um requerimento nesse sentido.


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