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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Daqui eu não saio
Durante meses, defensores do apoio à reeleição de
Gilberto Kassab (DEM) repetiram que a eventual
candidatura de Geraldo Alckmin obrigaria os tucanos
a deixar seus cargos na administração paulistana
-nada menos que 15 das 23 secretarias e 22 das 31
subprefeituras, sem contar os postos inferiores.
Agora, diante do acúmulo de sinais de que Alckmin
não pretende recuar, o discurso mudou. Tucanos da
equipe de Kassab dizem não ver motivo para saltar do
barco. "Tocamos um projeto que é do PSDB", afirma
um secretário. "A menos que o prefeito queira, não há
por que sair." Em qualquer cenário, Alckmin terá dificuldade de falar mal da atual gestão, iniciada por José
Serra. Se seus correligionários permanecerem onde
estão, ficará praticamente impedido de atacá-la.
Sinuca. Não bastasse o impedimento em relação a Kassab, Alckmin tampouco poderá falar mal de Marta Suplicy.
Se o fizer, ajudará o prefeito.
Vacina. A petista acaba de
obter uma vitória que adoçará
sua campanha: o Supremo arquivou representação do PDT
que a acusava de deixar rombo nas contas de São Paulo. O
problema havia sido apontado por Serra, seu sucessor, e
usado para suspender pagamentos a fornecedores.
Inconfidência. Um senador governista analisa o experimento eleitoral em Belo Horizonte, onde o governador
Aécio Neves (PSDB) e o prefeito Fernando Pimentel (PT)
ensaiam o lançamento de um
candidato conjunto: "Em Minas, o último que fez oposição
morreu enforcado".
Barreira. Líder folgado em
Curitiba, Beto Richa (PSDB)
prepara defesa judicial de sua
candidatura. Antes de ser
eleito, em 2004, ocupava a vaga de vice -e, nessa condição,
chegou a assumir o comando
da cidade. Na primeira consulta feita por adversários, o
TSE afirmou que reeleição,
em casos assim, está proibida.
Resistência. A escolha de
João da Costa, secretário do
prefeito João Paulo, para a
disputa em Recife tem dado
trabalho ao PT local. Aliados
da sigla questionam sua viabilidade eleitoral. Mesmo com o
anúncio da pré-candidatura,
parceiros tradicionais, como
o PC do B, mantêm a disposição de lançar nome próprio.
Palanque. Para o tucano
Carlos Sampaio (PSDB-SP), a
notoriedade adquirida com a
autoria do requerimento da
CPI dos Cartões Corporativos
servirá como plataforma de
lançamento de sua candidatura à Prefeitura de Campinas.
Básico. O primeiro requerimento a ser apresentado por
Sampaio pedirá ao governo os
nomes dos cerca de 11 mil servidores que têm cartão corporativo e a lista de seus gastos.
Piada. Em razão do volumoso bigode, que lhe confere semelhança com o humorista
inglês Sacha Cohen, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), indicado pelo PT para relatar a
CPI dos Cartões, ganhou dos
colegas o apelido de "Borat".
De olho. O governo paulista pretende limitar a utilização de seus cartões de despesas -e do dinheiro de saques
feitos com eles- a estabelecimentos que já tenham o sistema de nota fiscal eletrônica. A
idéia é auditar rapidamente
os gastos para evitar fraudes.
Que fase! O súbito empenho de Arlindo Chinaglia para
conter a edição de MPs é sintoma do descontentamento
do presidente da Câmara, que
levou um chega-pra-lá na
composição da nova Executiva do PT, está sem cargos no
governo e viu sua pré-candidatura em São Paulo morrer
com a disposição de Marta
Suplicy de entrar na disputa.
Lobby pesado. Comércio
e indústria pressionam pela
derrubada da MP que proíbe a
venda de bebidas alcoólicas
em rodovias. Um senador terá
audiência com Tarso Genro
(Justiça) para listar casos em
que 90% dos estabelecimentos locais seriam atingidos.
Tiroteio
"Não existe almoço grátis. Essa é uma regra cara
aos dirigentes do PT, que, uma vez no governo,
pagam a conta com seus cartões corporativos."
Do deputado federal JÚLIO DELGADO (PSB-MG) sobre a explicação de
Leontino Pereira de Souza para o fato de ser tesoureiro do PT de
Tocantins e, na condição de funcionário do governo, portar cartão
corporativo: "Aproveito a hora do almoço para pagar as contas do PT".
Contraponto
Homem do saco
Autor do requerimento da CPI dos cartões, Carlos Sampaio roubou a cena na cerimônia de posse do correligionário José Anibal, novo líder do PSDB na Câmara. Assediado pela imprensa, "Carlão", como é chamado, ouvia
elogios dos colegas pelo esforço em prol da investigação.
Foi uma espécie de desagravo a Sampaio, que recebera
críticas de tucanos do Senado por ter negociado com o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), os
termos da CPI. Ao final, o deputado pediu a palavra:
-Obrigado. Mas dou um conselho a vocês, a seus amigos e familiares: evitem passar num raio de cem metros
do gabinete do Romero. Foi o maior erro da minha vida!
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