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Promotores analisam processo
contra presidente da Câmara
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
A Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo já está analisando o processo criminal movido contra o vereador e presidente
da Câmara de São Paulo, Armando Mellão (PMDB).
Esse é o primeiro passo para
que o Ministério Público consiga
o afastamento do vereador, que
foi denunciado por crime de concussão e é apontado pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta de ser o
intermediador na compra de votos dos parlamentares.
A promotoria recebeu as cópias
do procedimento criminal na noite de anteontem, e o processo vem
sendo mantido em sigilo.
A Folha apurou que, com base
nos documentos, a promotoria
deve abrir uma ação civil pública
e, em seguida, pedir o afastamento do parlamentar.
A denúncia criminal contra Mellão, oferecida no final do mês
passado, não serve de instrumento para que o Ministério Público
peça seu desligamento da função.
Agora, com os documentos em
mãos, os promotores vão analisar
se as provas contidas na ação criminal são suficientes para oferecer uma ação civil pública por improbidade administrativa (mau
exercício da função pública).
O promotor da Cidadania Sérgio Turra, que ficou responsável
pelo caso, afirmou que ainda está
analisando o caso e que não pode
adiantar os procedimentos do
Ministério Público.
"Já comecei a analisar 400 folhas
de documentos enviados pelo
Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Não posso me manifestar antes de
concluir o meu trabalho", afirmou Turra.
Segundo ele, teoricamente, o fato de existir uma ação criminal já
aceita pela Justiça pode facilitar a
ação civil pública.
"Isso não é um fator determinante. Pode facilitar, porque muitos documentos já foram colhidos
durante a fase criminal. Apesar
disso, é possível que solicitemos
outras provas", afirmou o promotor.
De acordo com o promotor,
não é possível estabelecer um prazo para o oferecimento de uma
ação civil pública contra Mellão
na Justiça.
Denúncias
O vereador Armando Mellão foi
denunciado à Justiça, em 22 de fevereiro, sob acusação de concussão (exigir vantagem para deixar
de cumprir função pública) e formação de quadrilha.
Ele e oito assessores são acusados de se beneficiar de um esquema de propina na Administração
Regional de São Miguel Paulista
(zona leste), que era comandada
politicamente por Mellão.
A ex-primeira-dama Nicéa Pitta
acusou Mellão de ser o negociador da compra de votos dos vereadores. Segundo Nicéa, Mellão
é quem supostamente teria pago a
vereadores para que votassem pelo fim da CPI da máfia da propina
-que apurava o uso político das
administrações regionais.
O presidente da Câmara negou
as acusações e disse que não cometeu nenhuma irregularidade
envolvendo a administração regional e que vai processar a ex-primeira-dama pelas afirmações.
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