São Paulo, domingo, 17 de março de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Supostos tentáculos de Serra

Globo Cabo
Na última semana, a Globo Cabo, maior empresa de TV por assinatura do país, ligada às Organizações Globo, anunciou que fará uma operação para aumentar em R$ 1 bilhão seu capital. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por meio da BNDESPar, vai participar do negócio. A notícia da operação envolvendo um banco oficial repercutiu no mercado. "É um espanto que uma operação desse vulto, envolvendo a Globo e o governo federal, aconteça a menos de três meses de uma campanha eleitoral", diz Antonio Teles, vice-presidente da Rede Bandeirantes

Espionagem
O Ministério da Saúde contratou serviços de contra-espionagem da Fence, empresa que atua com "assessoramento e segurança de comunicações em linhas telefônicas". Entre abril de 99 até a semana passada, foram pagos pelos serviços R$ 1,19 milhão. A Fence, além de varreduras eletrônicas, também tem capacidade de fazer escutas telefônicas, embora a execução desse tipo de serviço seja negada tanto pela empresa quanto pelo ministério. Pefelistas atribuem a uma operação de grampo ilícito a origem da busca e apreensão feita na empresa Lunus da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e de seu marido, Jorge Murad. Serra foi o titular do Ministério da Saúde até fevereiro

Ministério Público
O subprocurador da República José Roberto Santoro, apontado como o provável procurador-geral da República numa eventual gestão de Serra na Presidência, em viagem a Palmas, há duas semanas, teria coordenado informalmente o pedido de busca e apreensão de documentos na Lunus, de Roseana Sarney (PFL) e Jorge Murad. A participação reforça as suspeitas de que articuladores da campanha de Serra procuraram minar a candidatura presidencial da pefelista

Polícia Federal
O delegado de Polícia Federal Marcelo Itagiba, apontado como o possível diretor-geral da PF caso Serra seja eleito, afastou o também delegado Deuler da Rocha, que investigava um dos ex-arrecadadores de campanha do tucano. As apurações de Rocha prometiam implicar o executivo Ricardo Sérgio de Oliveira nas suspeitas de irregularidades que contaminaram a privatização da telefonia no país. Oliveira é ex-diretor do Banco do Brasil e amigo de Serra.

Propaganda oficial
O governo federal, por meio da Secretaria de Comunicação, cujo titular João Roberto Vieira da Costa é próximo a Serra, lançou uma campanha publicitária comemorativa dos oito anos do governo FHC, a serem completados no final de 2002. A propaganda tem o mesmo mote do recém-exibido programa eleitoral de Serra: "o Brasil mudou", "muito ainda precisa ser feito", mas "um rumo foi traçado" nos dois mandatos de FHC



Texto Anterior: Outro lado: Combinação com Serra é "delírio", diz procurador
Próximo Texto: Prévia do PT mede hoje hegemonia de Lula
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.