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CONSENSO MÍNIMO
Contrário à proposta para a Previdência, Pellegrino afirma que tentará convencer governo a mudar de idéia
Líder do PT quer excluir inativos da reforma
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Nelson Pellegrino
(BA), líder do PT na Câmara, afirmou ontem que a cobrança de
contribuição dos servidores inativos é "uma questão problemática" dentro da bancada do PT e
afirmou que vai tentar demover o
governo de apresentar a proposta.
Caso não consiga, vai propor que
a cobrança seja feita para os salários acima de R$ 2.400.
"Sou contra a proposta e vou
dialogar com o governo para que
possamos conseguir receitas alternativas [que substituam a cobrança]", disse o deputado. "Caso
isso não seja possível, vamos tentar definir que a cobrança seja feita apenas para os salários acima
de R$ 2.400", acrescentou.
Apesar de ser o líder da legenda,
Pellegrino pertence a uma tendência interna do PT que é crítica
à condução da política econômica
do governo. A situação ficou clara
na votação da emenda constitucional que regulamenta o sistema
financeiro e facilita a aprovação
da autonomia do Banco Central.
Apesar de integrar o grupo que
pressionou os deputados da legenda a votarem pela aprovação
da proposta, Pellegrino assinou
documento das alas radicais que
fizeram declaração de voto contrária à autonomia do BC.
O deputado petista disse que
uma outra opção, para o caso dos
inativos, seria deixar para cada
Estado definir com as respectivas
Assembléias Legislativas se tributariam ou não os servidores aposentados.
O certo é que os líderes do governo na Câmara esperam enfrentar dificuldades enormes no
ponto que trata da tributação dos
inativos. "A cobrança dos inativos
é uma contenda que não é pequena", afirmou o deputado Professor Luizinho (PT-SP), um dos vice-líderes do governo na Casa.
"Estão colocando em risco toda
a reforma, é um erro enorme, isso
não tem chance de passar aqui",
afirmou o deputado Lindberg Farias (PT-RJ), um dos expoentes
do grupo petista que mais têm criticado a política econômica conduzida pelo governo.
De acordo com o deputado
Eduardo Campos (CE), líder do
PSB, partido que compõe a base
governista, "haverá muita resistência, jurídica e política, à cobrança". Segundo ele, a bancada
pessebista é majoritariamente refratária à idéia.
Outros partidos da base que se
opõem à idéia são o PDT e o PC
do B do líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (SP).
Rebelo afirmou que vai "enfrentar a questão" e "explicar as razões" para tentar aprovar a proposta governamental. "Não tem
outro caminho nem outro método", afirmou.
Apesar da iminente resistência
que devem enfrentar, os deputados governistas afirmam que tanto o limite mínimo para a taxação
quanto o teto de R$ 2.400 podem
ser aumentados. "No debate Legislativo, isso pode ser alterado",
afirmou Luizinho.
O PFL, principal partido de
oposição ao governo, criticou
com ironia a proposta governista.
"Vamos decidir o que fazer após
conversar com os servidores, com
a sociedade e com os eleitores do
PT, que, mais uma vez, devem estar desapontados", disse o deputado José Carlos Aleluia (BA), líder da bancada pefelista.
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