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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
Depois da Copa
Entre a Paixão de Cristo e o
porto de Suape, em suas andanças nordestinas, Geraldo
Alckmin foi parar em Porto de
Galinhas.
De lá, deu longa entrevista ao
blog de Magno Martins, da
Agência Nordeste, e saiu prometendo reabrir a Sudene como
"um dos meus primeiros atos
em favor do Nordeste".
Mais importante, ecoou FHC e
José Serra:
- Defendo a tese de derrotar
Lula nas urnas, temos que ter
campanha, enfrentá-lo nas ruas,
nos debates, no voto, nunca no
tapetão.
Mas acrescentou, sem mudar
o raciocínio:
- O que vejo com certa
apreensão é que, num eventual
segundo mandato de Lula, ele
teria mais dificuldades de governar.
O debate ocupa a rede há dias,
pós-pesquisa Datafolha, em tom
mais direto.
Ontem, Vinicius Mota escreveu na Folha Online sobre as
"duas hipóteses de trabalho" para o impeachment de Lula, num
texto sob o título "À vista ou a
prazo".
A primeira hipótese é "já",
mas ela enfrenta a barreira da
popularidade, da economia em
expansão etc. A segunda é o
"impeachment como hedge":
- Parte do oposicionismo esboça a teoria do impeachment
como seguro contra uma derrota em outubro.
Ano que vem, sem o Congresso e "com a repercussão duradoura do escândalo", tudo vai
ser diferente.
No site Nomínimo, com repercussão na blogosfera tucana,
Marcos Sá Corrêa anunciou ontem, sob a manchete "Reeleição
ou impeachment?":
- Os brasileiros têm a chance
de decidir nas urnas se vale a pena votar num presidente que já
tem encontro marcado com o
processo de impeachment no
mandato que vem.
Segundo Kennedy Alencar, na
Folha Online, não foi só com
Alckmin e a oposição:
- A pesquisa Datafolha surpreendeu Lula e seus principais
auxiliares.
E o candidato, sem cuidar se
vem aí reeleição ou impeachment, à vista ou a prazo, já desenha o "plano de vôo" até agosto.
Vai priorizar o Nordeste, sua
"fortaleza eleitoral", São Paulo e
Minas Gerais.
Assim pretende chegar "em
posição de liderança" ao horário
eleitoral, quando vai "apanhar
muito" -e também gastar
"munição para dar a resposta".
Curiosamente, ao tratar da
pesquisa em sua entrevista, também Alckmin adiou o jogo para
agosto:
- Você não tem ainda intenção de voto, mas nível de conhecimento. A campanha só começa com a propaganda no rádio e
na televisão, depois da Copa do
Mundo.
Reprodução
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ALVO PREFERIDO O "Jornal Nacional" do
Sábado de Aleluia saiu questionando se é o caso de
"malhar Judas" diante do novo "evangelho". Para o
telejornal, "até a voz do povo, que se diz a voz de
Deus, ficou dividida". Opiniões para todo lado. Nas
cenas da malhação pelo país, nada de mensalão e
seus personagens. Para contraste, o "SPTV" mostrou
como a dançarina Ângela Guadagnin (imagem acima)
foi a mais visada, num sábado que "teve a corrupção
como alvo preferido na capital e no interior"
O futuro
"Lula ou Chávez" era o título
do editorial do "Le Monde" na
sexta-feira, com tradução no
UOL. Defendia o brasileiro como modelo, contra o venezuelano Hugo Chávez, no conflito desenhado também pela "Economist", pouco antes.
O argumento final:
- A solução brasileira de se
submeter às regras do jogo da
globalização impõe obrigações
que limitam o crescimento. Mas
os investimentos na educação e
nas infra-estruturas, assim como a abertura da economia, preparam o futuro.
Além de editorial, o jornal publicou análise e despacho. Da
correspondente em São Paulo,
Annie Gasnier:
- Regularmente ameaçado
de destituição, colocado na defesa, Lula permanece popular.
Uma ilusão
No curioso debate virtual a
que se lançaram os correspondentes, o do "Financial Times",
Jonathan Wheatley, mal se contém. No texto "Nada importa",
ontem, pergunta "quem liga"
para as alegações de corrupção e
logo responde:
- Os investidores externos,
não. A maioria está convencida
de que este governo é um guardião da ortodoxia fiscal.
Já ele vai ao ataque:
- O governo parece acreditar
em seu próprio hype, de que
ninguém fez tanto para colocar
o Brasil no caminho do crescimento sustentável. Mas até que
o governo pare de jogar dinheiro
em pensões que não pode pagar
e gaste em educação, infra-estrutura e outros indutores, o
crescimento real vai permanecer
uma ilusão.
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