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Bolsa reduziu base de apoio dos sem-terra
DA REDAÇÃO
O Bolsa Família é um
dos fatores responsáveis
pelo esvaziamento dos
movimentos dos sem-terra durante o governo Lula.
Seus integrantes em geral não são recrutados no
campo, mas na periferia
das cidades. Essa clientela
só aceita enfrentar riscos
para obter um lote de terra
porque já não vê nenhuma
possibilidade de conseguir
um emprego urbano.
Quando o governo oferece uma renda fixa, ainda
que pequena, o número de
famílias dispostas a entrar
na luta agrária diminui.
De 2003 para 2006, o
número de famílias atendidas pelo programa passou de 3,6 milhões para
10,9 milhões. No período,
o número de famílias que
invadiram terras caiu de
65.552, em 2003, para
44.364, em 2006, enquanto a quantidade daquelas
acampadas caiu de 59.082
para 10.259. Isso explica
por que 11 organizações de
sem-terra desapareceram.
Essa correlação entre o
avanço do Bolsa Família e
o declínio do MST era potencializada pelo fato de
que o programa fazia com
que o trabalhador optasse
entre o benefício e o movimento -para obter o auxílio, era preciso preencher
um cadastro com características do domicílio, o que
era difícil para acampados,
que em tese não têm endereço. Ao mesmo tempo, o
benefício também desestimula o sem-terra a deixar
o acampamento para promover novas invasões.
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