São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

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Bolsa reduziu base de apoio dos sem-terra

DA REDAÇÃO

O Bolsa Família é um dos fatores responsáveis pelo esvaziamento dos movimentos dos sem-terra durante o governo Lula.
Seus integrantes em geral não são recrutados no campo, mas na periferia das cidades. Essa clientela só aceita enfrentar riscos para obter um lote de terra porque já não vê nenhuma possibilidade de conseguir um emprego urbano.
Quando o governo oferece uma renda fixa, ainda que pequena, o número de famílias dispostas a entrar na luta agrária diminui.
De 2003 para 2006, o número de famílias atendidas pelo programa passou de 3,6 milhões para 10,9 milhões. No período, o número de famílias que invadiram terras caiu de 65.552, em 2003, para 44.364, em 2006, enquanto a quantidade daquelas acampadas caiu de 59.082 para 10.259. Isso explica por que 11 organizações de sem-terra desapareceram.
Essa correlação entre o avanço do Bolsa Família e o declínio do MST era potencializada pelo fato de que o programa fazia com que o trabalhador optasse entre o benefício e o movimento -para obter o auxílio, era preciso preencher um cadastro com características do domicílio, o que era difícil para acampados, que em tese não têm endereço. Ao mesmo tempo, o benefício também desestimula o sem-terra a deixar o acampamento para promover novas invasões.


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