São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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Democracia com limite até em casa

DA COLUNISTA DA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com uma pulseira da Nasa no braço esquerdo, "para equilibrar o sistema simpático e para-simpático e ficar zen", o general Maynard Marques Santa Rosa convive com uma curiosa liberdade religiosa na sua família: ele é espírita, a mulher, católica, e o filho, evangélico.
"Temos uma democracia religiosa", brinca ele, mas deixando claro que democracia tem limite também em casa.
"Em quem a sua mulher vai votar?", perguntou a Folha.
"Em quem eu mandar", respondeu, rápido.
Ele se declara apaixonado por "política e estratégia" e um leitor voraz. Considera Graciliano Ramos e Machado de Assis muito pessimistas. Prefere José de Alencar.
Durante almoço na quarta-feira, em Brasília, ele foi cáustico crítico das ONGs, "que recebem mais dinheiro do governo do que o Exército", e contra a adesão brasileira ao Protocolo Adicional do TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear).
Criticou ainda o excesso de proteção da Amazônia e o zoneamento ecológico para proteger índios, quilombolas "e outras minorias". Mas atacou especialmente a união civil homossexual.
Alagoano, Santa Rosa passou para a reserva aos 65. Era integrante do Alto Comando do Exército, que inclui apenas os 14 oficiais de quatro estrelas (os generais-de-Exército, último grau da hierarquia) da ativa. Encerrou a carreira encostado no gabinete do comandante Enzo Martins Péri.
Segundo Santa Rosa, o que diz representa o pensamento médio de "95% dos militares do Exército". Não há pesquisas para comprovar.


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