UOL

São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MULTIMÍDIA

The New York Times - de Nova York

Jornal dos EUA destaca poder do ministro José Dirceu

O jornal norte-americano publicou ontem um perfil do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, definido como "alter ego" do presidente. Escrita por Larry Rohter, a reportagem ("Atrás do líder da esquerda do Brasil brilha um espírito irmão") assinala que a ascensão ao poder de Dirceu -classificado de segundo homem mais poderoso do país- trilhou um caminho ainda mais improvável do que a de Lula: o passado do chefe da Casa Civil inclui uma prisão por motivos políticos, a libertação em troca da soltura de um embaixador sequestrado, o treinamento em táticas de guerrilha e alguns anos vivendo no país com falsa identidade.
O jornal assinala que Dirceu, líder do PT, recusou-se a conceder entrevista ao jornal em janeiro alegando que um chefe da Casa Civil precisava ter uma atuação discreta. Nos meses seguintes, porém, Dirceu se tornou uma figura familiar para os embaixadores, executivos, congressistas, lobistas, prefeitos e outros que batem regularmente à sua porta.
A reportagem cita o cientista político David Fleischer, segundo o qual Dirceu é o homem que controla a máquina. O correspondente assinala que a confiança que Lula deposita no ministro é tal que Dirceu concentra hoje mais poder do que todos os seus antecessores desde o regime militar (1964-1985). Dirceu rejeita as comparações com os governos militares, lembrando que ele foi eleito diretamente (para deputado federal) e que já perdeu uma eleição para o governo paulista.
Seu poder foi reforçado pelo estilo de governar de Lula, que, diversamente de FHC, não gosta de discutir detalhes. Por causa disso, Dirceu assumiu o papel de coordenador político do governo.
Assim como o presidente, Dirceu destaca sua origem modesta, lembrando que seu pai trabalhou por 47 anos e, quando se aposentou, não tinha casa própria. O jornal norte-americano narra então a biografia do ministro, que começou como office-boy de uma emissora de TV, tornou-se líder estudantil e era candidato à presidência da UNE quando foi preso pelo regime militar. Solto em troca do embaixador norte-americano, exilou-se em Cuba, onde fez uma operação plástica, voltando ao Brasil com identidade falsa.


Texto Anterior: Só núcleo é inegociável, diz líder do PT
Próximo Texto: Previdenciária:Juízes protestam em 21 Estados e no DF
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.