|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MULTIMÍDIA
The New York Times - de Nova York
Jornal dos EUA destaca poder do ministro José Dirceu
O jornal norte-americano publicou ontem um perfil do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, definido como "alter ego" do
presidente. Escrita por Larry Rohter, a reportagem ("Atrás do líder
da esquerda do Brasil brilha um
espírito irmão") assinala que a ascensão ao poder de Dirceu
-classificado de segundo homem mais poderoso do país-
trilhou um caminho ainda mais
improvável do que a de Lula: o
passado do chefe da Casa Civil inclui uma prisão por motivos políticos, a libertação em troca da soltura de um embaixador sequestrado, o treinamento em táticas de
guerrilha e alguns anos vivendo
no país com falsa identidade.
O jornal assinala que Dirceu, líder do PT, recusou-se a conceder
entrevista ao jornal em janeiro
alegando que um chefe da Casa
Civil precisava ter uma atuação
discreta. Nos meses seguintes, porém, Dirceu se tornou uma figura
familiar para os embaixadores,
executivos, congressistas, lobistas, prefeitos e outros que batem
regularmente à sua porta.
A reportagem cita o cientista
político David Fleischer, segundo
o qual Dirceu é o homem que
controla a máquina. O correspondente assinala que a confiança
que Lula deposita no ministro é
tal que Dirceu concentra hoje
mais poder do que todos os seus
antecessores desde o regime militar (1964-1985). Dirceu rejeita as
comparações com os governos
militares, lembrando que ele foi
eleito diretamente (para deputado federal) e que já perdeu uma
eleição para o governo paulista.
Seu poder foi reforçado pelo estilo de governar de Lula, que, diversamente de FHC, não gosta de
discutir detalhes. Por causa disso,
Dirceu assumiu o papel de coordenador político do governo.
Assim como o presidente, Dirceu destaca sua origem modesta,
lembrando que seu pai trabalhou
por 47 anos e, quando se aposentou, não tinha casa própria. O jornal norte-americano narra então
a biografia do ministro, que começou como office-boy de uma
emissora de TV, tornou-se líder
estudantil e era candidato à presidência da UNE quando foi preso
pelo regime militar. Solto em troca do embaixador norte-americano, exilou-se em Cuba, onde fez
uma operação plástica, voltando
ao Brasil com identidade falsa.
Texto Anterior: Só núcleo é inegociável, diz líder do PT Próximo Texto: Previdenciária:Juízes protestam em 21 Estados e no DF Índice
|