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Estratégia tucana deixa a função de atacar Lula ao PFL
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O pesado ataque do senador
José Jorge (PFL-PE) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
anteontem foi desferido com a
anuência dos tucanos e marcou
o início da nova fase da campanha eleitoral oposicionista pelo
Planalto, que terá como objetivo desconstruir o "lulismo".
O pefelista, vice do presidenciável Geraldo Alckmin
(PSDB), disse que Lula "não
trabalha" e que "bebe muito". A
estratégia da oposição será utilizar o PFL para "bater pesado"
em Lula, enquanto o tucano
tentará apresentar propostas
para o país. Desde o início da
pré-campanha, em abril, os
principais líderes do PFL argumentam que é mais importante
bater na imagem do presidente
do do que atacar o governo.
Os tucanos resistiram, mas,
diante do crescimento de Lula
a despeito das CPIs e do mensalão, acabaram aceitando a estratégia do ataque frontal.
Esse modelo de campanha
também poderá ser estendido
aos programas de televisão e
rádio de Alckmin e incluiria,
além do PFL, os candidatos tucanos ao Congresso. A nova fornada de ataques a Lula deverá
incluir críticas aos negócios dos
filhos do presidente.
Em 2002, quando disputou e
venceu o governo de São Paulo,
Alckmin se utilizou da mesma
estratégia para se aproximar do
ex-prefeito Paulo Maluf (PP),
então líder nas pesquisas.
Baixaria
Ontem, no entanto, tucanos
próximos a Alckmin e a outros
dirigentes do partido admitiam
que Jorge pode ter "passado do
tom" na crítica a Lula.
Eles temem que a campanha
tucana descambe para a "baixaria", o que poderia afastar o
eleitor tradicional do partido.
Mesmo no PFL o ataque não
caiu bem. O pefelista Cláudio
Lembo, governador de São
Paulo, disse que não faria ataques como os desferidos por
Jorge: "Eu tenho muito respeito por todas as autoridades,
particularmente pelo presidente da República e pelos governadores de Estado". Em seguida, concluiu: "Eu costumo preservar as autoridades, faz parte
da minha formação moral e jurídica. Gosto que a autoridade
seja sempre preservada. Fiscalizada, porém respeitada".
Os favoráveis ao tom elevado
das críticas argumentam que o
PT e Lula também estão radicalizando o processo com a divulgação pela Polícia Federal do
laudo atestando a autenticidade da lista de Furnas. O documento registra supostas doações da central elétrica a tucanos e pefelistas, entre outros.
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