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Filósofo Marcos Nobre estréia na terça coluna semanal na Folha
Professor da Unicamp vê pobreza e clichês na discussão atual sobre a política
DA REDAÇÃO
Um dos mais destacados filósofos da nova geração, Marcos
Nobre, 42, estréia na terça-feira como colunista da Folha, na
pág. A2. Estudioso da Escola de
Frankfurt e da "teoria crítica"
da sociedade desenvolvida por
Theodor Adorno, Max Horkheimer e Jürgen Habermas,
entre outros, Nobre é professor
de filosofia política da Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas) e pesquisador do
Cebrap (Centro Brasileiro de
Análise e Planejamento).
É um dos coordenadores do
núcleo "Direito e Democracia",
que reúne no Cebrap pesquisadores interessados nas conjunções entre moral, direito e política. Na Unicamp, foi o coordenador de pós-graduação do
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas de 2004 a 2006.
Integrante dos conselhos
editoriais das revistas "Direito
GV" e "Novos Estudos", do Cebrap, tem artigos publicados
em periódicos na Alemanha
("Zeitschrift für Kritische
Theorie", "Comparativ"), na
França ("Les Études Philosophiques") e na Argentina ("Espacios en Blanco").
Atualmente, conclui um período de estudos como "visiting
scholar" da Universidade de
Chicago, a mesma experiência
que já havia feito na Universidade da Califórnia (Berkeley),
entre 2003 e 2004.
Na Folha, Nobre já escreveu
uma coluna semanal no caderno Brasil de agosto a novembro
de 2006, durante a campanha
eleitoral. O filósofo considera
que hoje "a discussão política é
pobre porque está centrada exclusivamente no sistema político: não se discute o sentido
mais geral do que é política, do
que é democracia". Essa confusão, diz ele, "entre sistema político -ou seja, o que o Executivo faz, o que o Legislativo faz, o
que o Judiciário faz- e política
no sentido amplo empobreceu
o debate, que repete clichês".
Em sua coluna, Nobre pretende destravar essa discussão:
"Não quero uma coluna de política institucional. Nosso problema é alargar a agenda, os temas, abandonar clichês e tornar o debate mais complexo".
Filho do deputado federal
Freitas Nobre (1921-1990), um
dos líderes da oposição ao regime militar, Marcos Severino
Nobre formou-se em Ciências
Sociais pela USP, em 1986.
Concluiu seu mestrado em filosofia na mesma universidade,
em 1991, com uma dissertação
sobre "Lukács e os Limites da
Reificação" (publicada em
2001 pela editora 34).
Obteve seu doutorado em
1997 com tese sobre "A Dialética Negativa de Theodor W.
Adorno - A Ontologia do Estado Falso" (publicada em 1998
pela Iluminuras) e pós-doutorou-se em 2001 pela Universitat Frankfurt an Main -Johann
Wolfgang Goethe. Publicou
também "A Teoria Crítica"
(Jorge Zahar Editor, 2004).
É co-autor do volume de entrevistas "Conversas com Filósofos Brasileiros" (ed. 34,
2000) e um dos organizadores
das coletâneas "Participação e
Deliberação: Teoria Democrática e Experiências Institucionais no Brasil Contemporâneo" (ed. 34, 2004) e "Desenvolvimento Sustentável: A Institucionalização de um Conceito" (Ibama/Cebrap, 2002).
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