São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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Filósofo Marcos Nobre estréia na terça coluna semanal na Folha

Professor da Unicamp vê pobreza e clichês na discussão atual sobre a política

DA REDAÇÃO

Um dos mais destacados filósofos da nova geração, Marcos Nobre, 42, estréia na terça-feira como colunista da Folha, na pág. A2. Estudioso da Escola de Frankfurt e da "teoria crítica" da sociedade desenvolvida por Theodor Adorno, Max Horkheimer e Jürgen Habermas, entre outros, Nobre é professor de filosofia política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e pesquisador do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
É um dos coordenadores do núcleo "Direito e Democracia", que reúne no Cebrap pesquisadores interessados nas conjunções entre moral, direito e política. Na Unicamp, foi o coordenador de pós-graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas de 2004 a 2006.
Integrante dos conselhos editoriais das revistas "Direito GV" e "Novos Estudos", do Cebrap, tem artigos publicados em periódicos na Alemanha ("Zeitschrift für Kritische Theorie", "Comparativ"), na França ("Les Études Philosophiques") e na Argentina ("Espacios en Blanco").
Atualmente, conclui um período de estudos como "visiting scholar" da Universidade de Chicago, a mesma experiência que já havia feito na Universidade da Califórnia (Berkeley), entre 2003 e 2004.
Na Folha, Nobre já escreveu uma coluna semanal no caderno Brasil de agosto a novembro de 2006, durante a campanha eleitoral. O filósofo considera que hoje "a discussão política é pobre porque está centrada exclusivamente no sistema político: não se discute o sentido mais geral do que é política, do que é democracia". Essa confusão, diz ele, "entre sistema político -ou seja, o que o Executivo faz, o que o Legislativo faz, o que o Judiciário faz- e política no sentido amplo empobreceu o debate, que repete clichês".
Em sua coluna, Nobre pretende destravar essa discussão: "Não quero uma coluna de política institucional. Nosso problema é alargar a agenda, os temas, abandonar clichês e tornar o debate mais complexo".
Filho do deputado federal Freitas Nobre (1921-1990), um dos líderes da oposição ao regime militar, Marcos Severino Nobre formou-se em Ciências Sociais pela USP, em 1986. Concluiu seu mestrado em filosofia na mesma universidade, em 1991, com uma dissertação sobre "Lukács e os Limites da Reificação" (publicada em 2001 pela editora 34).
Obteve seu doutorado em 1997 com tese sobre "A Dialética Negativa de Theodor W. Adorno - A Ontologia do Estado Falso" (publicada em 1998 pela Iluminuras) e pós-doutorou-se em 2001 pela Universitat Frankfurt an Main -Johann Wolfgang Goethe. Publicou também "A Teoria Crítica" (Jorge Zahar Editor, 2004).
É co-autor do volume de entrevistas "Conversas com Filósofos Brasileiros" (ed. 34, 2000) e um dos organizadores das coletâneas "Participação e Deliberação: Teoria Democrática e Experiências Institucionais no Brasil Contemporâneo" (ed. 34, 2004) e "Desenvolvimento Sustentável: A Institucionalização de um Conceito" (Ibama/Cebrap, 2002).


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