São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Esquisitices

A oposição elencou uma série de "inovações" aceitas pelo vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), para a reunião de hoje sobre o caso Renan Calheiros, e pretende creditar ao governo e ao partido de Lula o eventual sucesso de manobra que adie a decisão da Mesa Diretora sobre a nova perícia nos documentos apresentados pelo peemedebista.
A primeira: "Não há pedido de vista em reunião da Mesa. Só se pede vista de voto", diz Demóstenes Torres (DEM-GO). A oposição questiona ainda a possível presença de advogados e autores da representação. Por fim, avalia que a carta de Renan, ontem, dizendo-se impedido de tomar decisões relativas ao processo mostra que ele não poderia ter determinado, na semana passada, o adiamento da reunião da Mesa.

Tiro no pé. Quem entende do negócio acha que Lula, ao optar pelo estilo "magoei", contribui involuntariamente para prolongar a repercussão das vaias no Maracanã.

C.q.d. O mesmo entendedor aposta que o próximo passo do Planalto será encomendar -ou tomar emprestada de terceiros- uma pesquisa para demonstrar que a popularidade de Lula não foi abalada pelo episódio. O que de fato é o cenário mais provável.

Pendurado. Do prefeito Cesar Maia (DEM) sobre o governador Sérgio Cabral (PMDB), segundo quem houve "armadilha", pois "ninguém em sã consciência vaiaria o presidente Lula": "O problema dele é que o governo federal ainda não empenhou os recursos do PAC para o Rio".

Chá e simpatia. Do Pan Lula quer distância, mas o presidente confirmou presença na cerimônia de cem anos da Academia Brasileira de Letras, sexta no Rio.

Por decreto. Assessora de Gleisi Hoffmann, pré-candidata do PT à Prefeitura de Curitiba, Maria Helena Guarezi conseguiu aprovar no fim de semana, durante conferência sobre políticas para mulheres no Paraná, "moção de repúdio" à platéia que vaiou Lula.

Expediente. O secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, passou a tarde de ontem no seminário "Projeto Estratégico de governo do PT", na sede do partido.

Liberou geral. A oposição voltará do recesso gritando contra a MP 380, que cria regime tributário unificado na importação de produtos do Paraguai. "Esse é o verdadeiro PAC: programa de aceleração do contrabando", diz José Carlos Aleluia (DEM-BA).

Bicadas 1. O projeto de lei que permite fundações públicas de direito privado na administração de hospitais federais criou saia justa no PSDB paulista. Apoiador da iniciativa federal, José Serra se irritou com o líder do partido na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio, que assumiu a dianteira das críticas ao texto.

Bicadas 2. O governador escalou Luiz Roberto Barradas Barata, que implantou o modelo paulista há quase uma década, para defender a idéia. O secretário da Saúde tratou de municiar Serra com números favoráveis ao projeto.

Twister. Da ministra do Turismo, Marta Suplicy, para a governadora Wilma de Faria (PSB), depois de serem atingidas por uma rajada de vento enquanto vistoriavam obras federais no Rio Grande do Norte: "Agora nossos cabelos vão pras cucuias."

Oportunidade. Passado o pior da crise entre o governo Serra e as universidades públicas paulistas, discute-se no Palácio dos Bandeirantes um nome para substituir José Aristodemo Pinotti à frente da Secretaria de Ensino Superior, criada na atual gestão.

Me aguarde. Na USP, a rádio-corredor informa que o grupo que invadiu a reitoria da no primeiro semestre planeja formas de voltar ao noticiário no segundo.

Tiroteio

Políticos deveriam colecionar e não reclamar das paródias que são feitas a seu respeito.


Do publicitário ALEX PERISCINOTO sobre as gestões que o governo teria feito para que a Peugeot retirasse do ar peça publicitária baseada no "relaxa e goza" dito pela ministra Marta Suplicy.

Contraponto

Mais um

Diante da ameaça da oposição de obstruir os trabalhos no Senado em resposta às manobras protelatórias de Renan Calheiros, Wellington Salgado (PMDB-MG) reagiu:
-Se for para trabalhar nas comissões de manhã e à tarde só tomar cafezinho, vou dar um terço do meu salário para a sua entidade beneficente-, disse o pitbull de Renan a Magno Malta (PR-ES), que comandava a sessão.
Heráclito Fortes (DEM-PI) entrou na conversa:
-É compromisso assumido! E o Conselho de Ética ficará de olho para saber se o senhor cumprirá a palavra.
Iniciador dos processos contra Renan e Joaquim Roriz, José Nery (PSOL-AM) segredou ao ouvido de Heráclito:
-Se preciso, eu mesmo faço a representação contra ele!


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