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Versão de Argello difere da apresentada por sua defesa
Assessor do suplente também contradiz explicação
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Gim Argello (PTB-DF), que
pode assumir uma vaga no Senado hoje, negou participação
na venda de um terreno em
Brasília, o que diverge das versões apresentadas por seu advogado e por sua assessoria.
Segundo promotores do Distrito Federal, a negociação da
área que teria se valorizado R$
72 milhões num ano pode ter
motivado o empresário Nenê
Constantino, da Gol, a repassar
um cheque de R$ 2,2 milhões
ao senador Joaquim Roriz
(PMDB-DF), que renunciou no
dia 4. Lei aprovada por aliados
de Roriz levou à valorização do
terreno, adquirido por empresa
que tem Constantino entre
seus investidores. Roriz e
Constantino negam que o cheque seja pagamento de propina.
Enquanto Argello diz não ter
absolutamente nenhuma participação na negociação, seu advogado diz que ele intermediou
a venda no início e sua assessoria afirma que ele tentou intermediar. Roriz e a Antares, empresa que adquiriu o terreno,
também contradizem Argello.
A Antares afirmou que o suplente de senador se comprometeu a tentar baixar o preço
de venda do terreno com o ex-deputado Wigberto Tartuce,
dono da área. Por sua vez, Roriz
disse à revista "IstoÉ": "Gim
Argello, meu suplente, foi o intermediário [da venda]".
A versão de Argello saiu em
uma entrevista no sábado no
jornal "Correio Braziliense".
Questionado sobre sua participação na venda, ele disse: "Absolutamente nenhuma. Eu até
poderia atuar como corretor,
atividade que exerço profissionalmente quando estou fora do
exercício de cargos públicos,
mas [nem] sequer nessa condição participei do negócio".
Em entrevista à Folha, porém, o advogado de Argello,
Maurício Corrêa, afirmou no
dia 6 que Gim intermediou a
venda em seu início: "O Gim
realmente iniciou a intermediação para a venda. (...) Mas aí
a operação não prosseguiu porque eles tinham que pagar uma
corretagem, aí naturalmente
procuraram esfriar a venda para o Gim sair fora. Aí posteriormente foi consumada a venda,
sem a participação dele".
Ontem, a assessoria de Argello disse inicialmente que ele
não teve participação no negócio. Informado da versão de
Corrêa, Geraldo Seabra disse
que "ele na verdade chegou
atrasado: ele queria ser o corretor, mas já tinha o que eles chamam de opção imobiliária para
outro corretor. Ele ofereceu [o
terreno], mas quando foi ver, já
tinha opção de corretagem".
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