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ES
Dinheiro teria vindo da primeira-dama
Pivô de crise diz que pagou gasto de Ignácio
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA
Despesas pessoais da primeira-dama e ex-secretária de Trabalho
e Ação Social do Espírito Santo,
Maria Helena Ferreira, e do governador, José Ignácio (ex-PSDB), eram pagas, com o conhecimento do casal, pelo colaborador de campanha Raimundo Benedito Filho, o "Bené".
A afirmação é do próprio Bené,
que falou à Agência Folha ontem,
em Vitória, na Delegacia da Praia
do Canto, em prisão preventiva.
Considerado um dos pivôs da crise do Estado, Bené é acusado de
formação de quadrilha, apropriação indébita e enriquecimento ilícito. Também teria movimentado
suposto caixa dois da campanha
de José Ignácio.
A declaração de Bené contraria
seu próprio advogado, Paulo
Maldonado, e também o conteúdo da carta atribuída ao ex-secretário de Governo e cunhado de Ignácio, Gentil Ruy. No documento, o ex-secretário diz que pedia
para Bené fazer os pagamentos
sem o conhecimento do casal.
Já Maldonado afirmou que Bené pagava dívidas de campanha.
"Não sei por que ele disse isso. A
verba da campanha não sobrou
nem faltou", disse Bené.
Bené afirmou que recebia o dinheiro de Maria Helena e emitia
cheques próprios para pagar
prestações de apartamentos do
casal em Vila Velha e o IPTU de
um terreno no mesmo município.
O Ministério Público Estadual
investiga se R$ 5 milhões da Secretaria de Educação, R$ 2,3 milhões do Departamento de Estradas de Rodagem e R$ 20 milhões
da companhia de saneamento,
depositados na cooperativa, foram usados para pagar despesas
de Ignácio.
A Agência Folha procurou o governador e a primeira-dama para
comentar as afirmações de Bené.
Primeiro, o porta-voz de Ignácio,
José Nunes, disse que só Gentil
Ruy poderia esclarecer a situação.
Meia hora depois, Nunes procurou a reportagem e disse que a
primeira-dama dava o dinheiro
para seu irmão Gentil Ruy e este
repassava para Bené, sem o conhecimento dela. Gentil Ruy está
detido e não quis falar.
Reunião
A reunião entre a comissão nomeada para intervir no diretório
regional do PSDB capixaba e a
bancada tucana da Assembléia foi
cancelada por desentendimento
entre as correntes do partido. A
diretriz da Executiva Nacional é a
de que os tucanos devem renunciar aos cargos no governo.
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