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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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TROCA-TROCA

Garotinho deve decidir amanhã ida para o PMDB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, aparou as últimas arestas para seu ingresso no PMDB, mas pediu para dar uma resposta definitiva amanhã. Garotinho afirmou que precisava ainda fazer algumas consultas no Rio e conversar com Leonel Brizola, com quem negociava sua entrada no PDT.
Candidato derrotado do PSB à Presidência nas eleições de 2002, Garotinho está incompatibilizado com o partido, que o ameaça de expulsão. Se for para o PMDB, Garotinho promete levar com ele a governadora do Rio, Rosinha Matheus, e 11 deputados federais, o que elevaria a bancada do partido na Câmara para 78 deputados.
Garotinho passou os últimos dois dias em Brasília, em conversas com a cúpula do PMDB. Ontem, teve uma conversa de mais de duas horas com o líder na Câmara, Eunício Oliveira, que ameaçava até recorrer ao Diretório Nacional contra a filiação.
Na conversa com Eunício, Garotinho disse que estava disposto a cumprir a orientação do partido e que não era sua intenção fazer oposição ao governo federal. Pelo contrário: seu objetivo era ter um grande partido para intermediar a aproximação de Rosinha, que é sua mulher, com o Planalto.
Eunício baixou a guarda, até mesmo porque a filiação de Garotinho tem o aval do Diretório Regional do Rio, do deputado Moreira Franco e do senador Sérgio Cabral. Garotinho também esteve com o presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), e com o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL).

Sarney
Nos bastidores, quem resiste à filiação de Garotinho é o presidente do Senado, José Sarney (AP), que, pelos mesmos motivos de Eunício, não tem como se opor. O Palácio do Planalto também se opõe à entrada de Garotinho no PMDB por temer que ele engrosse os setores que querem levar o partido para a oposição ao governo.
Caso confirme a filiação, Garotinho já participará da reunião dos prefeitos do PMDB que o partido pretende realizar na próxima terça-feira, em Brasília, para pressionar por mudanças na reforma tributária.
Garotinho se indispôs com a cúpula do PSB por causa de atitudes contrárias ao governo federal, principalmente em relação à reforma da Previdência. O partido faz parte da base de apoio ao Palácio do Planalto e conta com um ministro -Roberto Amaral, da Ciência e Tecnologia



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