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Ministro chora em despedida e nega evitar julgamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro aposentado do
STF (Supremo Tribunal Federal) Sepúlveda Pertence disse
ontem que irá acompanhar, pela TV Justiça, as sessões que decidirão sobre a abertura da ação
penal do mensalão. Ele negou
que tenha antecipado a aposentadoria para não participar desse julgamento.
"Eu já não estava podendo
dar ao tribunal tudo o que podia. Eu verei [o julgamento do
mensalão] pela TV Justiça...
Não me guiei por este ou aquele
julgamento [ao pedir a aposentadoria]", afirmou.
Segundo amigos, a saída neste momento foi motivada pelo
desejo de facilitar o eventual
ingresso no STF do ministro do
Superior Tribunal de Justiça
Carlos Alberto Menezes Direito, um dos nomes cogitados para ocupar a sua vaga.
Pertence seria aposentado
compulsoriamente em 21 de
novembro, aos 70 anos.
Para entrar no STF, a Constituição estabelece o limite máximo de 65 anos, idade que Menezes Direito completará em 8
de setembro próximo. Se ele for
indicado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, terá de tomar posse até essa data.
Com o sucessor de Sepúlveda, Lula terá escolhido 7 dos 11
ministros do STF.
Pertence atuou 18 anos no
STF. O ministro chorou ao ouvir discursos de despedida, no
final da sessão plenária do STF
de sua vida. "Sinto uma imensa
e antecipada saudade."
Também emocionado, o procurador-geral da República,
Antonio Fernando de Souza,
atribuiu ao trabalho de Sepúlveda no comando do Ministério Público Federal a conquista
de autonomia pela instituição:
"O Ministério Público tem uma
dívida imensa com o ministro."
Dois filhos do ministro presentes à sessão choraram. As
ministras Ellen Gracie Northfleet (presidente) e Cármen
Lúcia Antunes Rocha ficaram
com os olhos marejados.
(SF)
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