São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

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Ministro chora em despedida e nega evitar julgamento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Sepúlveda Pertence disse ontem que irá acompanhar, pela TV Justiça, as sessões que decidirão sobre a abertura da ação penal do mensalão. Ele negou que tenha antecipado a aposentadoria para não participar desse julgamento.
"Eu já não estava podendo dar ao tribunal tudo o que podia. Eu verei [o julgamento do mensalão] pela TV Justiça... Não me guiei por este ou aquele julgamento [ao pedir a aposentadoria]", afirmou.
Segundo amigos, a saída neste momento foi motivada pelo desejo de facilitar o eventual ingresso no STF do ministro do Superior Tribunal de Justiça Carlos Alberto Menezes Direito, um dos nomes cogitados para ocupar a sua vaga.
Pertence seria aposentado compulsoriamente em 21 de novembro, aos 70 anos.
Para entrar no STF, a Constituição estabelece o limite máximo de 65 anos, idade que Menezes Direito completará em 8 de setembro próximo. Se ele for indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terá de tomar posse até essa data.
Com o sucessor de Sepúlveda, Lula terá escolhido 7 dos 11 ministros do STF.
Pertence atuou 18 anos no STF. O ministro chorou ao ouvir discursos de despedida, no final da sessão plenária do STF de sua vida. "Sinto uma imensa e antecipada saudade."
Também emocionado, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, atribuiu ao trabalho de Sepúlveda no comando do Ministério Público Federal a conquista de autonomia pela instituição: "O Ministério Público tem uma dívida imensa com o ministro."
Dois filhos do ministro presentes à sessão choraram. As ministras Ellen Gracie Northfleet (presidente) e Cármen Lúcia Antunes Rocha ficaram com os olhos marejados. (SF)


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